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Ricardo Galvão, novo presidente do CNPq

No dia 17 de janeiro,  o ex-presidente do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e professor titular aposentado do Instituto de Física da USP, Ricardo Galvão, tomou posse como novo presidente do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). A nomeação foi realizada por Luciana Santos, ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação.

O presidente coordenará a área responsável pelo fomento e o financiamento de bolsas de pesquisas de graduação e pós-graduação para docentes no ensino superior que, atualmente, variam entre R$1.500 a R$2.200 reais e não sofreram reajustes desde 2013. O presidente do CNPq em seu discurso de posse afirmou que a grande preocupação do CNPq e da CAPES é com a “formação de recursos humanos, com a formação de cientistas”. Ressaltou, comparativamente com Portugal, que o Brasil tem menos de 1/5 em número de doutores por cidadão em relação a Portugal – o que exigirá um contínuo investimento do país.

Ricardo Galvão esteve nos holofotes da mídia em 2019, após ter sido exonerado de seu cargo de presidente do INPE durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. O fato ocorreu após o ex-presidente ter entrado em conflito com Galvão sobre os dados relacionados ao crescimento do desmatamento na Amazônia. Na época, foi divulgado pelo INPE um aumento de mais de 40% no desmatamento, o que foi duramente criticado pelo ex-presidente que disse que tal informação “prejudicava o país” e que Ricardo Galvão “estava a serviço de alguma ONG”. Após o ocorrido, Galvão foi exonerado do cargo que ocupava no INPE desde 2016.

Vale ressaltar que, no mesmo ano de sua exoneração, Ricardo Galvão foi honrado como um dos dez nomes mais influentes da ciência na atualidade pela revista Nature.

O presidente do CNPq agradeceu aos funcionários do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, lembrando que “todos sabem que os servidores públicos são acusados de não fazerem nada, de não trabalhar, de não produzir”, ressaltando que os servidores do Ministério de Ciência e da Tecnologia e do CNPq “foram o sustento contra desse governo”.

Após quatro anos de cortes orçamentários na educação e na ciência, e retrocessos nos recursos humanos, Ricardo Galvão assume o posto de presidente do CNPq com esperança de um futuro promissor para o desenvolvimento da pesquisa nacional, sendo sua volta uma “comprovação de que a ciência sobreviveu ao cataclisma político promovido por um governo negacionista”, relata o atual presidente.

A posse contou com representantes da comunidade científica e de sociedades científicas, com a presidente da Academia Brasileira de Ciências, Helena Nader; o presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Renato Janine, e reitoras, dentre elas, a reitora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Sandra Regina Goulart Almeida, a reitora da Universidade de Brasília (UnB), Márcia Abrahão.