Acontece no APUBH

Os desafios de conviver com a Covid-19, em 2022

Na assembleia do APUBH UFMG+ do dia 13/01, docentes da UFMG se posicionaram sobre o retorno das atividades 100% presenciais na universidade.

 

Há cerca de dois anos enfrentando a pandemia da Covid-19, o Brasil vive, atualmente, o seu recrudescimento e a possibilidade da transição para a uma endemia do vírus. Nesse cenário, de acordo com professora Cristina Alvim, coordenadora do Comitê de Enfrentamento do Coronavírus da UFMG, em entrevista concedida ao site da UFMG, publicada nesta segunda-feira (17/01) as brasileiras e brasileiros devem se preparar e aprender a conviver com o vírus da Covid-19, o que não significa ignorá-lo. Nas palavras da professora, “2022 é o ano em que o mundo deve aceitar o fato de que o novo coronavírus veio para ficar. Devemos decidir como conviveremos com a covid-19, e isso não significa ignorá-la ou simplesmente ficar paralisados”.

Desde o dia 10 deste mês, a UFMG vem adotando a etapa 3 do plano de retorno presencial. Isso representou o início do retorno da ocupação integral das instalações físicas da Universidade, a começar pela retomada das atividades administrativas. Essa nova etapa prevê ainda o retorno às aulas presenciais, a partir de março, quando se iniciará o próximo semestre letivo. Cristina Alvim explicou que essa decisão foi tomada, em grande parte, devido ao fato de que “a ampla cobertura vacinal resultou em descolamento dos indicadores de incidência (casos) e gravidade (internações e óbitos)”.

“A ideia de ‘retrocesso’, no sentido de voltar etapas no plano de retorno (da etapa 3 para 2 ou da 2 para a 1, por exemplo), se aplicava aos cenários de 2020 e 2021. Agora, em 2022, com a vacinação avançada e com o já mencionado descolamento entre incidência e gravidade dos casos, o que pode ocorrer são movimentos de idas e vindas, avanços e recuos, marcados por suspensões temporárias de atividades presenciais em decorrência do monitoramento de casos. É uma medida que está prevista no plano e considera a incerteza da evolução da pandemia. Sabemos como fazer e faremos se necessário”, explicou a coordenadora do comitê de enfrentamento ao Covid-19 da universidade.

Inclusive, uma unidade da universidade já precisou se mobilizar devido a essas “idas e vindas”. Após registar 18 casos confirmados e 38 casos suspeitos, entre estudantes e servidores, o Colégio Técnico (COLTEC) da UFMG optou pela suspensão das atividades didáticas presenciais, que ocorreriam de 14 a 23 de janeiro. O comitê de biossegurança do COLTEC explicou, em nota à comunidade, que “considerando o atual contexto epidemiológico com circulação da nova variante Ômicron e do vírus influenza, indicou-se, com apoio do Comitê Permanente da UFMG, a suspensão das atividades presenciais para melhor monitoramento e redução do risco de contaminação”. A retomada das aulas, assim como a sua suspensão em virtude da situação, é prevista no plano de retorno presencial.

 

STF: MPs devem fiscalizar se pais estão aderindo à campanha de vacinação de crianças

A vacinação continua sendo o principal elemento para conter a proliferação do vírus para mitigar os seus efeitos. Atualmente, em diversos locais do país, iniciou-se a aplicação da vacina em crianças, entre cinco e onze anos. A imunização desta faixa etária, até então não contemplada, foi alvo de críticas infundadas do próprio presidente Jair Bolsonaro. Do mesmo modo, há crianças que podem não receber o imunizante, por conta de seus pais ou responsáveis legais serem contra a vacina.

Para lidar com essa situação, de acordo com determinação Supremo Tribunal Federal (STF), os Ministérios Públicos estaduais e do Distrito Federal devem fiscalizar e atuar para garantir a adesão de pais à campanha de vacinação das crianças. Pela decisão, inclusive, cabe aos procuradores-gerais propor a aplicação de penalidades aos que descumpram a medida. O despacho é assinado pelo ministro Ricardo Lewandowski. A possibilidade de tomar essa decisão é respaldada pelo papel do Ministério Público, descrito na Constituição Federal. É importante lembrar ainda os direitos garantidos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que incluem o acesso à vacinação.

Posicionamento da categoria docente da UFMG

Em assembleia realizada no dia 13/01, após amplo debate durante o qual foi avaliada a conjuntura e discutidos dados e informações acerca da incidência do vírus,  a categoria dos e das docentes da UFMG se posicionou contrária a  ocupação dos espaços físicos 100% presenciais nos campi da universidade. A categoria reforçou que a ciência e a responsabilidade social da Universidade devem nortear esse processo, considerando, neste momento, o avanço da Ômicron no Brasil, e, particularmente em Belo Horizonte. Na ocasião, as professoras e professores debateram medidas fundamentais, para garantir a segurança sanitária no caso de retorno às atividades presenciais. Nesse sentido, entre outras coisas, foi reforçada a importância de atualização do plano de retorno presencial – inclusive, retrocedendo de etapa, caso seja necessário e de exigência do assim chamado passaporte vacinal.

As indicações e encaminhamentos, deliberados na assembleia, foram formalizados em ofício, encaminhado pelo sindicato à reitoria da UFMG, no dia 14/01.  O posicionamento da categoria também foi abordado por integrantes da diretoria do APUBH UFMG+, em reunião com a reitora da universidade, na tarde da última quarta-feira (19/01).

Confira o oficio enviado a reitoria: https://apubh.org.br/atividades/oficio-no-01-apubh-2022/

Com informações da UFMG.

 

Saiba mais:

Editorial sobre a Assembleia do APUBH UFMG+ do dia 13/01: Docentes se posicionam contra o retorno das atividades 100% presenciais nos campi da UFMG e a favor da greve nacional do funcionalismo público pela reposição salarial

Entrevista com a coordenadora do Comitê de Enfrentamento à Covid-19 da UFMG, no site da universidade: ‘Devemos decidir como conviveremos com a covid-19 em 2022’, afirma Cristina Alvim