Acontece no APUBH

Nota de Repúdio às declarações da Secretária Municipal de Educação de Belo Horizonte, Ângela Dalben, sobre o retorno às aulas presenciais na Rede Municipal de Ensino.

Com muita indignação, ouvimos a entrevista da Secretária Municipal de Educação de Belo Horizonte, Ângela Dalben, concedida à Band News FM! A Secretária ignora dados objetivos que atestam o descontrole da pandemia, em nossa cidade e em todo Brasil. O número de novos casos, por 100 mil habitantes, é muitas vezes maior do que o critério amplamente divulgado por infectologistas que compõem o comitê de enfrentamento à COVID, da PBH, para o retorno presencial seguro às salas de aula.

A Secretária, de forma improvisada e descuidada, afirma que o cumprimento dos protocolos de segurança sanitária impedem o contágio, ignorando que o maior percentual de casos de contaminação incide sobre as categorias de trabalhadoras e trabalhadores impedidos de manter o distanciamento social, entre eles, técnicas e técnicos de enfermagem, trabalhadoras e trabalhadores da saúde de forma geral e os profissionais de serviços gerais, não obstante o compromisso desses profissionais com os protocolos individuais de segurança, em condições muitas vezes precárias para sua concretização.

Se depender daquilo que a Secretária chama de ‘critérios científicos’, com a abertura das escolas para as aulas presenciais, as trabalhadoras e os trabalhadores da educação também ampliarão o contingente de mortes inaceitáveis e certamente evitáveis se as recomendações dos infectologistas comprometidos com a vida fossem seguidas, independentemente da ‘torcida’ da Secretária.
A recomendação dos cientistas que defendem a vida é explícita: na ausência de uma ampla cobertura vacinal, o que é o caso, devido à política de morte do governo federal, o controle da pandemia depende de se seguir os protocolos individuais de segurança combinados a uma rígida restrição da circulação de pessoas.

O direito à Educação está sendo negado porque as medidas de controle da pandemia não estão sendo devidamente e continuamente tomadas desde seu início, tendo à frente dessa tragédia humanitária, o genocida Bolsonaro que, com o apoio da maioria do Congresso Nacional, coloca o lucro dos empresários acima da vida! Pois é disso que se trata: o governo municipal cedeu à pressão dos proprietários das escolas particulares e colocou as professoras e os professores expostos ao contágio e ao evidente risco de morte!
“Não podemos fechar o planeta”, Secretária Ângela Dalben! Porém, também não podemos “apenas torcer” para que profissionais da educação e alunos não se infectem. Não se trata de uma partida de futebol, e sim da preservação da vida das pessoas. Pesquisas científicas não se desenvolvem apenas com o que ocorre em nossas casas, com nossos filhos. E o que essas pesquisas mostram é que precisamos ter um rígido controle de circulação na nossa cidade, pois somente tal medida, na ausência da vacinação, levará a uma queda expressiva no contágio e no número de óbitos. Por isso, repudiamos suas declarações e a tentativa de defender o indefensável! Ciência não é questão de opinião!

Escola Fechadas! Vidas Preservadas!
Lockdown em BH, com auxílio emergencial digno para todos os que precisam e pelo tempo que for necessário!
Por uma economia política a serviço da vida!
Vacina para todos, já!
04/05/2021.

 

Assinam a nota:
Associação dos Docentes da UFOP (ADUFOP).
Associação Metropolitana dos Estudantes Secundaristas de BH (AMES-BH). Central dos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil (CTB).
Central Única dos Trabalhadores (CUT).
CSP-Conlutas Central Sindical e Popular.
Diretório Central de Estudantes da UFMG (DCE UFMG).
Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (FASUBRA).
Federação Interestadual de Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (FITEE). Federação Nacional dos Estudantes em Ensino Técnico (FENET).
Fórum Mineiro de Lutas.
Regional Leste do ANDES-SN.
Sindicato dos Docentes do CEFET-MG (SINDCEFET-MG).
Sindicato dos Professores de Minas Gerais (Sinpro MG).
Sindicato dos professores de Universidades Federais de Belo Horizonte, Montes Claros e Ouro Branco (APUBH).
Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (Sind-REDE/BH).
Sindicato dos Trabalhadores nas Instituições Federais de Ensino (SINDIFES). Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica Seção IFMG (SINASEFE-IFMG).
Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG). União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES).
União Colegial de Minas Gerais (UCMG).

 

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