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PEC do Desespero aprovada: Medida eleitoreira de Bolsonaro avança na Câmara

Apelidada de PEC do Desespero, Kamikaze dos Auxílios ou das Eleições, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 1/2022, foi aprovada em primeiro turno na Câmara dos Deputados e afeta diretamente o andamento das eleições deste ano, todo o orçamento dos cofres públicos e a relação de governabilidade entre o presidente e seus novos e antigos aliados.

Para garantir a aprovação da PEC, Bolsonaro recorreu mais uma vez ao “Orçamento Secreto” para comprar o apoio dos parlamentares. A distribuição das verbas é feita sem a identificação do destino desse dinheiro, o que abre margem para a corrupção e beneficiamento indevido dos Deputados. O “orçamento secreto” ganhou relevância em 2020, após Bolsonaro aproximar-se de políticos do chamado Centrão para blindar-se contra iniciativas do Congresso para seu impeachment por denúncias de corrupção, negligência e má gestão na pandemia.

Para ser aprovado, a PEC precisava de 308 votos, 3/5 dos deputados. O placar final foi de 393 votos favoráveis e 14 contrários. Isso aconteceu porque a oposição estava de mãos atadas diante do projeto, uma vez que não poderia votar contra um projeto que aumentava o valor dos benefícios para as populações mais vulneráveis. O texto amplia o Vale Gás, cria um auxílio de R$ 1 mil para os caminhoneiros, amplia o Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600 mensais e prevê o cadastro de 1,6 milhão de novas famílias no programa. Caminhoneiros Autônomos que ganharão do pacote de “bondades” do governo Bolsonaro um auxílio de R$ 1 mil.

O que pode soar como uma vitória para a população, na verdade é uma grande armadilha eleitoreira de Bolsonaro: a maioria desses auxílios só duram até dezembro, pouco depois do resultado das eleições! Ou seja, a medida é apenas uma tentativa de angariar o apoio do voto dessas populações e assim tentar reverter parte da vantagem do candidato e ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva na corrida eleitoral. Por isso tem sido chamada de PEC do Desespero. Bolsonaro prefere colocar em risco o orçamento nacional, comprar parlamentares e criar brechas populistas para seus objetivos, do que se apresentar ao debate da eleição presidencial o que, muito provavelmente, o levará a  perder nas urnas em outubro.

Ele sabe que seus dias estão contados e seguiremos firmes para derrotá-lo! Por isso devemos seguir alertas sobre esses novos auxílios. É necessário conscientizar a população, em nossa micro escala, que seja, apesar dos  benefícios imediatos que essas medidas trarão para aqueles que estão sofrendo pesadamente com a carestia. O pacote de “bondades” do governo Bolsonaro  não são fruto de um cuidado e responsabilidade pública com a população por parte do governo, mas, contrariamente, uma jogada eleitoreira que brinca com a vulnerabilidade do povo em favor dos interesses corruptos e genocidas desse governo!