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Ministério da Defesa homenageia Ditadura Militar em nova Ordem do Dia

No dia 30/03, o Ministério da Defesa do governo Bolsonaro publicou Ordem do Dia alusiva à data que marca os 58 anos do golpe que deu início à ditadura militar no país. O general Walter Braga Netto, que esteve à frente da pasta até o dia seguinte, disse que a data “fortaleceu a democracia” e foi “um marco histórico da evolução da política brasileira”.

“Nos anos seguintes ao dia 31 de março de 1964, a sociedade brasileira conduziu um período de estabilização, de segurança, de crescimento econômico e de amadurecimento político, que resultou no restabelecimento da paz no País, no fortalecimento da democracia, na ascensão do Brasil no concerto das nações e na aprovação da anistia ampla, geral e irrestrita pelo Congresso Nacional”, escreveu o então ministro Braga Netto.

Mas, ao contrário do que prega o texto do ministro, o Brasil viveu os momentos mais duros da sua história recente na época da ditadura militar, que durou 21 anos, entre 1964 e 1985. O período foi marcado por torturas e ausência de direitos humanos, censura e ataque à imprensa, baixa representação política e sindical, precarização do trabalho, além de uma saúde pública fragilizada, corrupção e falta de transparência. Em termos econômicos, o período expandiu o fosso da desigualdade social no Brasil. Não por acaso, estas características se refletem no projeto do atual governo federal, tão afeito ao período da ditadura militar.

Na semana, o Deputado Carlos Bolsonaro (Republicanos) ofendeu a jornalista Miriam Leitão. O parlamentar debochou da prisão e da tortura sofridas pela jornalista, durante o regime militar.

Em outra situação de golpe, ao votar favoravelmente à retirada da presidenta eleita Dilma Roussef do poder, o então deputado federal Jair Bolsonaro homenageou o torturador Carlos Brilhante Ustra. O mesmo Bolsonaro que, em uma ocasião anterior, já havia afirmado que: “O erro da ditadura foi torturar e não matar”.

Não podemos aceitar menções positivas ao Golpe Militar nem à ditadura. Temos visto vários movimentos bolsonaristas a favor do Golpe de 64 e devemos estar atentos para defender a Democracia e impedir qualquer retrocesso proposto por esse governo autoritário. Precisamos nos levantar e gritar: “DITADURA NUNCA MAIS”.