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Maioria da população brasileira é contra a Reforma Trabalhista e o Teto de Gastos, revela pesquisa

53% rejeitam a Reforma Trabalhista e 40% são contra a EC 95. Os dados são de pesquisa feita pela Genial/Quaest, publicada pelo jornal Folha de S. Paulo.

Alguns anos já se passaram desde a implementação das medidas neoliberais, aprovadas pelo governo Michel Temer, que subiu ao poder por meio do golpe jurídico-parlamentar, que retirou a presidenta eleita, Dilma Rousseff. Entretanto como a população enxerga as consequências dessas medidas?

De acordo com dados de pesquisa feita pela Genial/Quaest, publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 53% das brasileiras e dos brasileiros rejeitam a Reforma Trabalhista, aprovado pelo governo Temer. A pesquisa revelou ainda que 58% das pessoas ouvidas são a favor que a reforma seja revista.

Mais de 100 pontos da legislação trabalhista brasileira foram alterados pela Lei 13.467/2017, que ficou conhecida como Reforma trabalhista. A medida neoliberal, todavia, não cumpriu com as promessas de gerar novas oportunidades de trabalho. A reforma foi apresentada sob o argumento de estimular novas contratações, através da diminuição dos custos para o empregador. Na prática, porém, a medida serviu para retirar direitos e fragilizar os vínculos empregatícios. E os empregos também não vieram. No final de 2021, o Brasil contabilizou 13,8 milhões de desempregados. Número este que corresponde a 59% a mais do que o registrado em 2015, ano anterior ao impeachment.

A pesquisa também demonstrou que a Emenda Constitucional (EC) 95 de 2016, conhecida como Tetos dos Gastos, é rechaçada pelas brasileiras e brasileiros. Um total de 40% das pessoas consultadas são contra a medida que congela o investimento federal em políticas públicas até 2036.

A EC-95 foi uma das primeiras medidas aprovadas no governo golpista Temer. A emenda limita, por vinte anos, o orçamento destinado às despesas sociais primárias, tendo como teto o valor da inflação acumulada do ano anterior, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Nesse caso, o pretexto utilizado foi a austeridade fiscal e equilíbrio das contas públicas do Brasil. Contudo, assim como na Reforma Trabalhista, os efeitos foram devastadores para a população. O subfinanciamento tem afetado diretamente áreas sociais, sobretudo nos setores de educação, saúde e seguridade social.

Por isso, os 40% das pessoas consultadas na pesquisa conduzida pela Genial/Quaest são contrárias a EC-95. Esse percentual dos pesquisados têm noção histórica do que esta EC representa para o país e a população, especialmente os mais pobres, quando congela os gastos públicos em saúde, educação e seguridade social por vinte anos. Significa o Estado neoliberal destruir todo tipo de solidariedade social e produzir, por meio da crise permanente, uma perturbação e insegurança crônica das condições de existência da população.

As falácias da política neoliberal não podem enganar mais o povo brasileiro, quando este sente na pele os seus efeitos nefastos e o retrocesso no país. Desde o golpe de 2016, no lugar de mais emprego e desenvolvimento socioambiental e econômico, o país amarga com a perda de direitos e o aumento da pobreza e da fome. A mobilização popular, por meio da organização e da luta coletivas, é fundamental para reverter esse cenário e para buscar o verdadeiro desenvolvimento social e econômico, que possa contemplar, de fato, a população do Brasil.

 

Com informações da Folha de S. Paulo e da Rede Brasil Atual.