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Fome no Brasil é a pior do século: 33 milhões de pessoas passam fome no país

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil é o único país que saiu do mapa da fome e retornou sem ter passado por guerras, no sentido militar. O crescimento assombroso da fome no Brasil aconteceu devido ao enfraquecimento das políticas públicas implementadas pelos governos progressistas e desmanteladas  pelo governo Bolsonaro. Os dados do 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, indicam que em 2022, 33,1 milhões de pessoas estão passando fome no Brasil; mais da metade da população brasileira (58,7%) está em insegurança alimentar em algum nível; e de 10 famílias apenas 4 possuem acesso total à alimentação.

Em relação à pesquisa realizada em 2020, houve um aumento de mais de 14 milhões de pessoas em situação de fome no país, sendo esse, o pior cenário do século 21 no Brasil. “A pesquisa anterior, mostrava que a fome no Brasil tinha voltado para patamares equivalentes aos de 2004. A continuidade do desmonte de políticas públicas, a piora no cenário econômico, o acirramento das desigualdades sociais e o segundo ano da pandemia da Covid-19 tornaram o quadro desta segunda pesquisa ainda mais perverso”, afirmam as entidades responsáveis pela pesquisa.

Segundo os dados levantados, a fome é desproporcionalmente maior entre mulheres, pessoas negras, habitantes de zonas rurais e moradores das regiões Norte e Nordeste. Um em cada cinco domicílios chefiados por mulheres está em estado de insegurança alimentar – um aumento de oito pontos percentuais em relação a 2020 – contra um em cada dez domicílios chefiados por homens. Ao mesmo tempo, domicílios habitados por pessoas brancas registraram um índice de segurança alimentar de 53%, contra 35% de domicílios habitados por pessoas negras.

“As medidas tomadas pelo governo para contenção da fome hoje são isoladas e insuficientes”, afirma Renato Maluf, um dos pesquisadores responsáveis pelo estudo. “Não fazem mais parte da realidade brasileira aquelas políticas públicas de combate à pobreza que, entre 2004 e 2013, reduziram a fome a apenas 4% dos lares brasileiros”, reafirma o pesquisador.

Quando o Estado falha em cumprir seus deveres para com a população, como garantir o direito à educação pública, à saúde pública e a uma alimentação adequada, às crianças e jovens, enfim aos pobres do país, se estabelece uma anti política – a política do desamparo – passando a população precarizada a depender apenas da esmola e da caridade de pessoas. É necessário se levantar contra esse governo de produção sistêmica da necropolítica da fome e da morte!

 

Com informações da Rede Brasil Atual e CUT