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Evasão escolar aumenta no país

Crise econômica resultante da pandemia aprofundou as dificuldades para permanência na escola

O Brasil tem o mesmo nível de evasão escolar de 14 anos atrás e as crianças de 5 a 9 são as mais afetadas.  De acordo com um estudo feito pela Fundação Getulio Vargas (FGV), houve um aumento da taxa de evasão escolar na faixa de 5 a 9 anos, que passou de 1,41% para 5,51%, entre os últimos trimestres de 2019 e 2020. Já no terceiro trimestre de 2021, a taxa de evasão passou a ser de 4,25%, cerca de 128% mais alta que o observado no mesmo trimestre de 2019, de acordo com informações do jornal O Tempo.

Professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e 1a Vice-Presidenta do APUBH UFMG+, Analise de Jesus da Silva explicou ao O Tempo, que a pandemia não criou um novo problema, mas ampliou uma situação que já vinha piorando nos últimos anos, devido aos baixos investimentos públicos no setor.

“A situação já estava ruim, mas em 2019 não tínhamos 622 mil mortos por Covid-19, não tínhamos o mesmo cenário de fome que o país tem hoje. Quem tem algum dinheiro está comprando osso e pele de frango para se alimentar. Quem não tem nada está pedindo dinheiro nos semáforos. Hoje vemos nas portas das padarias e supermercados famílias inteiras pedindo algo para comer”, afirmou ao jornal.

A condição de vulnerabilização imposta à maioria das famílias brasileiras é fator diretamente ligado à evasão escolar infantil. Como destacou a professora Analise ao jornal: “temos é que garantir que os estudantes possam se alimentar, tenham onde morar, possam brincar e viver em segurança” e isso se fará por meio de políticas públicas efetivas como o cumprimento do Plano Estadual de Educação.

A crise sanitária evidenciou as diferenças entre as populações mais ricas e mais pobres do país. O desemprego das famílias prejudicou diretamente o desempenho das crianças pobres durante o ensino remoto. Contribuíram para isso, também, fatores como a fome e a não existência de uma política que garantisse a inclusão digital também para famílias dos estudantes das Redes Públicas e os governos não se ocuparam disso. Na educação, a fome prejudica a concentração, a disposição e as condições de aprendizado.

 

Com informações do jornal O Tempo e do portal G1.