Desigualdade racial na Educação: analfabetismo e abandono escolar são maiores entre negros
Assegurar o acesso e as possibilidades de permanência da população a uma Educação de qualidade social continua sendo um desafio no Brasil. E no caso da população negra do país, esse desafio é ainda maior. Isso fica evidenciado com o fato de que, entre as pessoas pretas ou pardas com 15 anos ou mais, a taxa de analfabetismo chega a 7,4%, enquanto entre as pessoas brancas na mesma faixa etária, o percentual é de 3,4%. Ou seja, mais do que o dobro.
Os números constam na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – PNAD Contínua: Educação 2022, publicada na semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ainda de acordo com o levantamento, a taxa de analfabetismo no país caiu de 6,1% em 2019 para 5,6% em 2022. Esse é o menor percentual registrado na pesquisa, iniciado em 2016. Assim, apesar da melhora superficial, no entanto, a pesquisa evidenciou como os efeitos do racismo estrutural também se revelam no ensino.
E a situação é ainda mais acentuada no caso dos idosos. Enquanto entre pessoas brancas com 60 anos ou mais a taxa de analfabetismo é de 9,3%, entre pretos ou pardos da mesma faixa etária o percentual chega 23,3%. Inclusive, o fator étnico-racial também se manifesta no abando escolar: sete em cada 10 jovens que não completaram o ensino médio são pretos ou pardos.
Na metodologia utilizada na pesquisa, uma pessoa é considerada alfabetizada ao ser capaz de ler e escrever um bilhete simples. Devido à interrupção do levantamento nos anos de 2020 e 2021, os números do ano passado foram comparados com os de 2019.
O APUBHUFMG+ tem repercutido como os fatores socioeconômicos interferem na Educação brasileira, ressaltando a importância do investimento nas estruturas e nos profissionais dedicados ao setor. E no caso do cenário apresentado acima, fica evidente como o enfrentamento ao racismo estrutural precisa fazer parte da luta por melhores condições de ensino no Brasil.
