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Combate à corrupção regrediu no governo Bolsonaro, aponta Transparência Internacional

Nesta terça-feira, 31/01, foi divulgado o Índice de Percepção da Corrupção (IPC) 2022. O Brasil, numa escala de 0 (altamente corrupto) a 100 (altamente íntegro), ficou com 38 pontos. Com essa pontuação, o país ficou abaixo da média regional para a América Latina e Caribe (43 pontos), “da média dos BRICS (39 pontos) e ainda mais distante da média dos países do G20 (53 pontos) e da OCDE (66 pontos)”. Elaborado pela Transparência Internacional (TI) desde 1995, o documento é o principal indicador da corrupção no mundo e avalia 180 países e territórios.

O desempenho do país foi ruim para não dizer péssimo, consequência direta da desastrosa e criminosa gestão Bolsonaro. É o que ressalta o relatório: “esse resultado é um reflexo direto do desmanche promovido pelo governo Bolsonaro sobre os marcos legais e institucionais anticorrupção que o Brasil levou décadas para construir e da degradação sem precedentes do regime democrático que o país sofreu ao longo dos últimos quatro anos”.  É uma herança nefasta de um governo que foi eleito sob a falsa bandeira da anticorrupção, apesar de que, conhecidamente, sob o ex-presidente Jair Bolsonaro e sua família já pairava há tempos, o fantasma do enriquecimento ilícito por meio de acordos, negociações suspeitas, desvio de dinheiro e mau uso da máquina pública.

Acertadamente, a TI afirma “A corrupção diminui a capacidade do Estado de proteger seus cidadãos”.  O documento ainda ressalta que “a ausência de medidas arrojadas e decisivas para combater a corrupção e fortalecer as instituições públicas tem fomentado atividades do crime organizado e outras formas de violência, além de estar fragilizando a democracia, os direitos humanos e o desenvolvimento social”. Não precisamos procurar muito para entender como a afirmativa anterior se encaixa no Brasil.  Pensemos sobre:

– Revelação dos gastos do governo Bolsonaro com o cartão corporativo, em uma farra de gastos do dinheiro público, a imagem de anticorrupção recebeu mais uma pá de cal;

– Revelação da provável ação de genocídio do povo yanomami. Uma crise potencializada pelo descaso com a proteção e assistência aos povos originários do país, por meio do desvio e retirada de verbas para saúde, educação e segurança e da abertura e incentivo ao garimpo em terras indígenas;

– Ataques à Praça dos Três Poderes em Brasília no dia 08 de janeiro;

– Revelação, após o trabalho da equipe de transição, da grave situação financeira e institucional de praticamente todas as áreas do governo;

–  O infame orçamento secreto que permitiu uma certa governabilidade à Bolsonaro, bem como a aprovação de sua pauta de destruição do país;

– Uso da máquina pública para fins eleitorais.

Essas são algumas das questões que contribuíram para que, de acordo com a TI, o Brasil perdesse 5 pontos no Índice de Percepção da Corrupção entre 2012 e 2022, no que tem sido chamada de década perdida para o país em termos de combate à essa prática nefasta. Com a perda de pontos, o Brasil caiu 25 posições e saiu da 69ª para a 94ª colocação.

O Relatório da Transparência Internacional faz um alerta para o fato de que a corrupção gera grave prejuízo para a democracia, a segurança e a paz. “A corrupção tornou nosso mundo mais perigoso. Os governos não conseguiram avançar contra ela e, com isso, fomentaram a atual escalada da violência e dos conflitos – colocando as pessoas ao redor do mundo em perigo. A única saída é através de um esforço coletivo por parte dos Estados, visando erradicar a corrupção em todos os níveis e garantir que os governos funcionem para todos, não só para uma elite”, diz Delia Ferreira Rubio, presidente da Transparência Internacional.

 

Com informações da Transparência Internacional