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Codevasf: estatal entregue pelo governo Bolsonaro ao Centrão é investigada por suspeita de corrupção

Novo escândalo de corrupção no governo Bolsonaro. Desta vez, a Polícia Federal aponta indícios de fraudes em licitações e desvio de verbas federais na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), em São Luís/MA. A segunda etapa da Operação Odoacro, em que a PF investiga o caso, levou ao afastamento de um gerente da empresa pública, por ter recebido por volta de R$ 250 mil em esquemas com dinheiro público.

Vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Regional, a Codevasf é uma empresa estatal dedicada a ações de infraestrutura na região, como o desenvolvimento de bacias hidrográficas, projetos de irrigação e saneamento básico, projetos de pavimentação e pontes, entre outras atribuições. A nomeação do comando da empresa compete ao presidente da República, contudo o governo abriu mão de fazer a indicação. A tarefa foi cedida a parlamentares do chamado “Centrão”, grupo de partidos que dão sustentação ao projeto ultraneoliberal do governo no Congresso. Com isso, essa foi outra moeda de troca no balcão de negócios políticos bolsonarista.

De acordo com dados divulgados pelo portal G1, com base em números apurados pela ONG Contas Abertas, o governo Bolsonaro teria autorizado um orçamento acumulado, desde 2019, de quase R$ 9 bilhões para a Codevasf. Desses, um montante R$ 5 bilhões já foi quitado. Ainda segundo as fontes citadas acima, a Codevasf teve acesso a cerca de R$ 2,8 bilhões dos recursos das emendas de relator. Ou seja, a verba do “orçamento secreto”, dinheiro público usada pelo governo para negociar com o “Centrão”.

Inclusive, esta não foi a primeira suspeita de corrupção envolvendo a Codevasf. Em agosto deste ano, a Controladoria-Geral da União (CGU) já havia apontado irregularidades em um contrato de R$ 61,7 milhões, firmado pela empresa para a compra de 325 tratores. Na ocasião, o superfaturamento seria de cerca de R$ 11,8 milhões, de acordo com a CGU. Além disso, causou desconfiança o fato do contrato para a aquisição dos veículos ter sido assinado por uma diarista.

E os escândalos de corrupção na Codevasf não param por aí. A CGU também levantou suspeitas quanto a aquisição de centenas de milhares de tubos PVC. De acordo com a Controladoria, R$ 2 milhões foram numa compra desnecessária e superfaturada. Esses, entretanto, são apenas dois casos entre outros que vêm sendo apurados. Ademais, vale a pena lembrar que Marcelo Moreira Pinto foi indicado para a presidência da estatal por dois líderes do “Centrão” – o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), e o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP).

É, no mínimo, contraditório que um governo que alega ter “eliminado a corrupção” esteja envolvido em tantos escândalos de uso indevido de dinheiro público. Ao invés de serem usados para barganhas políticas, os recursos do Estado, se bem aplicados, poderiam contribuir para garantir condições dignas de vida para população brasileira. Justamente, a população que, sobretudo em suas camadas de menor poder aquisitivo, é a principal vítima da necropolítica do governo Bolsonaro.

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