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“Salve nossa ancestralidade, cultura e religião! Salve Congado e Umbanda!”

Projeto, contemplado pelo Edital de Solidariedade do APUBH UFMG+ 2021, contribui para a perpetuação da história dos Congados e das religiões de matriz africana.

Ancestralidade, cultura e religião de matriz africanas resistem! | Foto: Luiz Rocha.

Em tempos de avanço do preconceito racial e da intolerância religiosa, as expressões culturais e religiosas de matriz africanas resistem. Esse é o caso da Guarda de São Jorge de Nossa Senhora do Rosário que mantém vivas as tradições ancestrais, desde a década de 1930. Situada no bairro Concórdia, na região nordeste de Belo Horizonte, essa é a guarda mais antiga da cidade. Atualmente, as tradições e os costumes dos antepassados são levados adiante pelos descendentes dos fundadores. E no esforço para perpetuar a história e a herança dos antepassados,  a Guarda de São Jorge lançou o projeto “Salve nossa ancestralidade, cultura e religião! Salve Congado e Umbanda!”. O trabalho é desenvolvido em sintonia com a comunidade da região, com a participação de guardas de congado irmãs e associações das religiões de matriz afro.

O projeto é uma das iniciativas contempladas pelo Edital de Solidariedade do APUBH UFMG+ 2021. O apoio financeiro contribuirá para a realização das manifestações religiosas e culturais, através da compra de materiais para a confecção de indumentárias típicas das guardas e do centro de umbanda. Estas serão utilizadas nos cortejos e nas celebrações religiosas, assim como para organizar e decorar os locais em que são realizados.  Outro ponto fundamental é a produção dos instrumentos musicais utilizados nas celebrações e ritos religiosos.

A confecção das indumentárias, assim como de grande parte dos instrumentos, ficou a cargo dos próprios integrantes das guardas e da associação. Desse modo, o projeto também contribuiu para a formação de jovens e adultos da comunidade, gerando integração com as atividades e novas oportunidades de emprego e renda.  “As ações estabelecidas no projeto têm impacto direto na vida dos integrantes e das comunidades abarcadas pela proposta, tendo em vista que a constituição das Guardas de Congado e do Centro de Umbanda é majoritariamente composta de pessoas negras, pobres e periféricas e envolvem diretamente mulheres, homens, jovens e crianças que os compõem”, explicam os organizadores do projeto.

Além de sua importância vital para a manutenção e respeito das tradições afro-brasileiras, os organizadores também destacam o caráter pedagógico do desenvolvimento deste projeto. “Todo o processo abarca não somente a conscientização da população em relação à importância dos Festejos e celebrações em si, enquanto expressão cultural e religiosa, como também abre a possibilidade educacional de uma nova perspectiva de vida através de ofícios profundamente impactantes nas comunidades carentes”, explicam os representantes do projeto.

Sobre o envolvimento do APUBH UFMG+ com o projeto, os representantes da Guarda observam “a importância do sindicato de docentes do ensino superior no fortalecimento educativo das religiões de matrizes africanas e de potencialização de espaços organizativos populares da cidade de Belo Horizonte, uma importante oportunidade para aproximar a Universidade com os movimentos populares locais”.

O valor investido também contribuiu para a aquisição de materiais de segurança sanitária, como máscaras e álcool 70°, itens fundamentais nesse período de pandemia da Covid-19.

E buscando preservar a memória dessa tradição, o projeto envolve ainda a realização do registro das celebrações e das demais atividades. Confira, a seguir, algumas imagens deste registro.

Crédito das Fotos: Luiz Rocha.