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O crescimento descontrolado da inflação no Brasil

Já tem algum tempo que o poder de compra da população brasileira vem diminuindo. O carrinho de compras está cada vez mais vazio, e há uma explicação: a inflação. A inflação oficial do país, registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), teve um aumento de 0,67%, no mês de junho. Os setores mais atingidos são alimentação, combustíveis e planos de saúde. O grupo dos alimentos, em especial, registrou de aumento de 0,80%, de acordo com dado foi publicado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ou seja, está mais caro comprar comida no Brasil. E esse aumento tem um enorme peso no índice geral da inflação, cerca de 21,26%.

Neste ano, a alta acumulada do IPCA subiu para 5,49%. Levando em consideração a alta no período de um ano (entre junho de 2021 e junho de 2022), o valor chega a 11,89%. Atualmente, o Brasil chega ao décimo mês seguido com inflação acima de dois dígitos. Sob a gestão do governo Bolsonaro, o país falhou em controlar a inflação em 2021. O índice fechou o ano em 10,06%, quando a meta do Banco Central (BC) era que a variação ocorresse entre 2,25% e 5,25%. E deve ficar pior. Especialistas do mercado financeiro e o próprio BC estimam que a meta volte a ser descumprida neste ano e também em 2023. A perspectiva do mercado é essa, e caso venha a se tornar real, será o pior desempenho em 20 anos.

A parcela mais pobre da população é quem mais tem sofrido com o drama da inflação. Afinal, a carestia não vem sozinha. Ainda há a defasagem do salário mínimo, que deveria ser quase seis vezes o valor atual, de acordo com um estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). E a situação, que já é grave, torna-se desesperadora para quase um terço dos brasileiros, que sobrevive com menos de meio salário mínimo por mês, como revela a pesquisa Mapa da Nova Pobreza, publicada recentemente pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Em comparação com 2019, o Brasil teve um aumento de 9,6 milhões de pessoas vivendo dessa maneira.

Desde a campanha eleitoral que o levou ao poder o governo Bolsonaro, tem-se alardeado  o crescimento econômico como sua principal meta. Em nome do desempenho do mercado, foram implementadas medidas neoliberais que sacrificaram as políticas de Estado destinadas à população. Contudo, as promessas não foram cumpridas. O governo afundou o país em uma economia descontrolada e inflacionada. E é a população quem paga o preço da ingerência do governo. Enquanto isso, a grande elite do capital eleva seus lucros.

O preço pago pode ser observado no retorno do Brasil ao mapa da fome, de onde tinha saído desde 2014. Por volta de 61,3 milhões de pessoas no país passaram por algum tipo de insegurança alimentar, no período de 2019 a 2021. Ou seja, cerca de três em cada dez brasileiras e brasileiros sofrem, cotidianamente, com a insegurança alimentar. Os dados constam no relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), divulgado no dia 07 deste mês.

Em outras palavras, o governo Bolsonaro é um governo de fome. E também um governo de morte. A ingerência também se mostrou, de maneira gritante, no enfrentamento da pandemia de Covid-19. O governo protagonizou atitudes desastrosas, que incluem a propagação do negacionismo científico, o subfinanciamento da Saúde Pública e o atraso e suspeita de corrupção na compra de vacinas. E como resultado, o país perdeu quase 700 mil vidas, sendo que, aqui em Minas Gerais, foram mais de 61 mil pessoas falecidas pela irresponsabilidade do Estado.

Esse cenário evidencia o que o APUBHUFMG+ tem denunciado, reiteradamente: o governo Bolsonaro pratica uma verdadeira necropolítica, uma política de morte e fome. O governo Bolsonaro falhou e falha com a população em seu dever de garantir  o acesso da população a direitos constitucionais, como saúde, educação, moradia e alimentação. Por tudo isso, não restam dúvidas de que o governo Bolsonaro é uma ameaça para a vida de cada brasileira e de cada brasileiro, assim como uma ameaça à democracia nacional. Mais do que nunca, é preciso reagir. É preciso lutar!

Fora governo Bolsonaro!

 

APUBHUFMG+ – Sindicato dos Professores da Universidade Federal de Minas Gerais e Campus Ouro Branco/UFSJ – Gestão Travessias na Luta – 2020/2022