Acontece no APUBH

Novembro Negro da UFMG: ‘Vozes e corpos que se afirmam’

Abertura do evento contou com a presença do APUBH UFMG+. O sindicato é uma das entidades que integraram a construção coletiva da programação.

“Vozes e corpos que se afirmam” é o tema da edição, deste ano, do Novembro Negro da UFMG. O evento foi construído coletivamente, com o envolvimento de membros de órgãos institucionais da universidade, das entidades representativas dos setores da comunidade acadêmica e do movimento negro. A diretora de Políticas de Ações Afirmativas da PRAE/UFMG, Daniely Roberta dos Reis Fleury, definiu o evento como uma “ciranda de construção coletiva de um movimento que, cada vez mais, se fortalece aqui na universidade, colocando os nossos corpos e as nossas vozes em movimento, nos afirmando”.

A abertura do evento foi realizada, na tarde desta terça-feira (08/11), com a transmissão da oficina “Do tambor ao sampler a pele vibra”. Ministrada pelo artista Gil Amâncio, mestre de saberes tradicionais, a oficina teve como proposta “acessar conhecimentos ancestrais de manutenção da vida, guardados em corpos de africanas e africanos”. A atividade online foi transmitida por meio do canal da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis – PRAE/UFMG: https://youtu.be/Db7MPL3JEkM

A programação continua até o dia 1º de dezembro, contando com a realização de fóruns, oficinas e atividades artísticas e culturais. Confira mais informações e saiba como participar, no hotsite oficial do evento: https://www.ufmg.br/novembronegro/

Construção coletiva

O APUBH UFMG+ é uma das entidades parceiras na construção e realização do Novembro Negro da UFMG. O sindicato esteve presente na live de abertura, sendo representado por sua vice-presidenta, a professora Analise de Jesus da Silva. A docente da Faculdade de Educação (FaE/UFMG) refletiu sobre as conquistas e lutas vivenciadas, atualmente, pela população negra.  Nesse sentido, ela reforçou que é preciso reconhecer e valorizar o legado de lutas e conquistas, daqueles que nos precederam. Assim, nas palavras dela, é preciso dar continuidade a esse trabalho e luta, alcançando novos espaços e fincando novas “bandeirinhas”.

“Sigamos nos fortalecendo, sigamos nas conquistas, sigamos fincando as bandeirinhas! Sigamos ‘metendo o pé na porta’!”, afirmou a professora. E reforçou que é preciso lembrar que “se a gente mete o pé na porta e não quebra o pé, é porque  alguém já destravou os ferrolhos antes de nós. Então, em respeito aos que vieram antes de nós, vamos que vamos!”. A professora Analise anunciou a realização da terceira edição da Semana Negra do APUBH, entre os dias 22 e 26 de novembro. A programação completa será divulgada em breve. Acompanhe as redes sociais, o site e o Informativo do APUBH, para saber mais informações.

 O DCE/UFMG foi representado pelo estudante Marcus Vinícius Ribeiro, graduando do curso de Medicina. Ele acredita que as atividades vão contribuir para a confluência na construção e defesa das lutas e pautas compartilhadas pelo movimento negro na comunidade acadêmica, assim como de todo o país em tempos de Governo Bolsonaro. “Apesar de tudo querem e insistem em tirar de nós, a gente insiste em dizer que não vamos morrer – nem de tiro, nem de vírus, nem de fome, nem nas prisões. E, mais que isso, não vamos deixar que eles nos tirem o direito ao sonho, que cultivamos cotidianamente na nossa universidade”, reforçou o representante do movimento estudantil.

Prosseguindo com o debate, o SINDIFES foi representado pelo técnico-administrativo Ronald Nascimento, da Coordenação de Políticas Sociais e Antirracismo. Em sua fala, ele reforçou a necessidade de levar essa discussão e promover a mobilização, para além da universidade, uma vez que se trata de uma questão que afeta toda a sociedade brasileira. “Nós estamos nas universidades, mas também estamos nas cidades, nos movimentando também para fora deste espaço estritamente acadêmico”.  “Vamos com todos os nossos corpos, com todas as nossas histórias e toda a nossa trajetória, fazendo presença na universidade e também fora dela também”, conclamou o TAE.