Acontece no APUBH

#8M: mais um dia de luta pela igualdade de gênero em Belo Horizonte

O dia 8 de março é marcado, todos os anos, por manifestações nas grandes cidades brasileiras e em todo o mundo. E neste ano não foi diferente. Professoras, estudantes, dirigentes e representantes de sindicatos e movimentos sociais marcaram presença no ato do Dia Internacional de Luta das Mulheres, em Belo Horizonte. As (os) manifestantes se reuniram no final da tarde, na Praça da Liberdade, com o tema “Pela Vida das Mulheres: Bolsonaro Nunca Mais! – Por um Brasil sem machismo, racismo e fome”.

Em mais um ano de um governo que não respeita nem reconhece as mulheres, a resistência nesse dia se torna ainda mais importante, pontuando a desigualdade, a violência e a submissão que, infelizmente, ainda persistem nas relações de gênero.

O APUBH UFMG+ esteve presente no ato do dia 8M na capital mineira.  O sindicato foi representado por sua presidenta, professora Maria Rosaria Barbato, e pela primeira suplente da diretoria executiva, professora Solange Godoy.  E também estiveram presentes a professora Marlise Matos e o professor Adolfo Cifuentes, integrantes da diretoria Setorial Territórios em Movimento.

Durante o ato, a professora Maria Rosaria Barbato relembrou a origem histórica do movimento de lutas das mulheres em 08 de março de 1917.  “Hoje, mais de 100 anos depois, nós, mulheres, continuamos nos manifestando. E por quê? Porque o sistema capitalista continua nos mantendo em condição de subalternizadas, subjugadas pelo patriarcado! O Brasil é o quinto país em que se comete mais feminicídios no mundo! Nem dentro de casa estamos seguras! A maior parte das mulheres mortas são assassinadas por companheiros ou ex-companheiros”, disse.

Ela ainda ressaltou que “na pandemia, fomos nós que estivemos na linha de frente do combate ao vírus! Na área da saúde, somos a maior parte das trabalhadoras. E mesmo assim, mesmo com nossa importância no mercado de trabalho, sendo cada dia mais escancarada, ainda recebemos 20% menos que um homem para executar a mesma função. Mais da metade das pessoas sem emprego no Brasil são mulheres!”.

De acordo com o estudo do DIEESE, divulgado no dia 08 de março, os rendimentos das mulheres continuaram inferiores aos dos homens, mesmo sendo a escolaridade delas quase sempre mais alta. Na comparação, as mulheres ganharam 80% do recebido pelos homens, proporção maior do que os 78% verificados no terceiro trimestre de 2019, quando elas recebiam R$ 2.139 e os homens, R$ 2.742.

Um dos acontecimentos dos últimos dias, os áudios sexistas e ofensivos contra mulheres ucranianos enviados pelo deputado estadual de São Paulo, Arthur do Val, foi uma das pautas levantadas na manifestação. O deputado estava, supostamente, em viagem para entregar doações às vítimas da guerra na Ucrânia. Nas mensagens, o parlamentar cita que “as cidades mais pobres são as melhores” porque “as mulheres de países pobres são fáceis”. Isso enquanto passava por uma fila de mulheres refugiadas, que estão em um momento de exílio e sofrimento com uma guerra acontecendo.

Cenas como esta, infelizmente, ainda são muito comuns no Brasil. Ir para as ruas mostra que nossa voz e nossa luta ainda são necessárias para denunciar o machismo e a desigualdade de gênero. O #8M veio para ficar: continuamos a luta contra o machismo, o racismo, a violência e a fome!

 

GALERIA DE FOTOS: 08/03/2022 | Ato do Dia Internacional de Luta das Mulheres