Acontece no APUBH

9º Congresso da AMES–BH: APUBH UFMG+ conversou com secundaristas sobre a defesa da educação pública

Sindicato participou de mesa de abertura do evento, realizado pela Associação Metropolitana dos Estudantes Secundaristas da Grande Belo Horizonte

 

“A defesa da Educação Pública, Gratuita e de Qualidade” foi o tema do 9º Congresso da Associação Metropolitana dos Estudantes Secundaristas da Grande Belo Horizonte (AMES-BH) realizado no último sábado, 06 de novembro, na Escola Municipal Marconi, no bairro Gutierrez. O APUBH UFMG+ foi uma das entidades participantes da mesa de abertura e foi representado por sua presidenta, Maria Rosaria Barbato. Também houve a participação de Mário Mariano, diretor da Regional Leste do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN), de Valéria Morato, presidenta do Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (SINPRO-MG), de Analise de Jesus da Silva, coordenadora do Fórum Permanente de Educação de Minas Gerais (FEPEMG) e vice-presidenta do APUBH UFMG+, e de representações de mandatos e partidos.

Em sua fala no evento, a professora Maria Rosaria destacou a importância do congresso da AMES como espaço de debates e encaminhamentos, bem como a relevância e urgência do tema escolhido. A participação foi realizada de forma remota, por meio de vídeo encaminhado pelo APUBH UFMG+ à mesa. “Nós vivemos de fato um tempo de crise”, disse. Ela completou afirmando que é uma crise sanitária “em virtude de um governo negacionista proponente de uma verdadeira necropolítica” e uma crise social decorrente “de um projeto político neoultraliberal”, cujo resultado são 14 milhões de desempregados, mais de 19 milhões de brasileiros passando fome e 131 milhões vivendo em situação de insegurança alimentar.

Aos efeitos da crise, soma-se o projeto deste governo de sucateamento do ensino em seus diferentes âmbitos. “Nesse cenário, é perspectiva do governo Bolsonaro destruir a educação. Afinal, o povo que não tem acesso à informação, que não tem acesso à cultura é um povo que é mais facilmente dobrável aos discursos recheados de notícias falsas, pelos quais o governo Bolsonaro é, infelizmente, notório. Por isso, tem sido a prática recorrente o corte nas instituições de fomento à pesquisa e a ciência no Brasil”, definiu a presidenta do sindicato.

A professora lembrou, nesse ponto, o corte de 92% dos recursos para a ciência, tecnologia e inovação, aprovado, no mês passado, pelo Congresso Nacional, a pedido do Ministério da Economia. Outro exemplo citado foi o adiamento do pagamento das bolsas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID). Ataque este que, como explicou a professora, “afeta tanto a pesquisa no ensino superior quanto as perspectivas de melhora na educação básica”. A isso ainda se soma a proposta para a Lei Orçamentária Anual para 2022, que prevê um corte no financiamento das universidades federais que inviabilizaria o seu funcionamento, sendo “mais uma ferida de morte para o ensino, a pesquisa e a extensão em nível superior”.

Finalizando a sua participação no Congresso, a professora Maria Rosaria destacou o papel fundamental de encontros como esse e da mobilização estudantil para enfrentar esse cenário.  Nas palavras dela, “é preciso de força, é preciso de fôlego para barrar os inúmeros ataques que estão sendo realizados contra a educação, nesses tempos de crise”. “A lógica desses ataques é antiga: precarizar para facilitar a privatização da educação no Brasil. E contra esses ataques, nos resta a mobilização e a luta. Lutar com unhas e dentes para defender o ensino público, gratuito e de qualidade, em todos os níveis”, conclamou a presidenta do APUBH UFMG+.