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Posse marca o início de um período de esperanças e luta

No último dia 01 de janeiro, em Brasília, teve lugar a posse do presidente Lula, que governará o Brasil nos próximos quatro anos. Para além dos aspectos ritualísticos e simbólicos, a posse foi marcada por um forte apelo político. Inicialmente, o presidente eleito foi empossado no Congresso Nacional. Após o seu discurso no Congresso, o presidente foi aplaudido de pé pelos Senadores, Deputados Federais e convidados. Em seguida, uma multidão acompanhou o discurso do presidente na rampa do Palácio do Planalto e se emocionou com a perspectiva de um país mais inclusivo e de maior igualdade social.

O presidente anterior se recusou a passar simbolicamente a faixa para o presidente eleito. Isso, porém, não foi um problema. Um grupo de pessoas, representando a diversidade da população do Brasil, entregou a faixa presidencial à Lula: Francisco, garoto negro paulista que participou da vigília do movimento Lula Livre; Aline Sousa, mulher negra, presidenta da Central das Cooperativas de Trabalho de Catadores de Materiais Recicláveis do Distrito Federal; o cacique Raoni Metuktire, de 90 anos, ambientalista e ativista da causa indígena; Weslley Viesba Rocha, 36 anos, DJ e metalúrgico; Murilo de Quadros, 28 anos, professor; Jucimara Fausto dos Santos, cozinheira; e Ivan Baron, jovem ativista da luta anticapacitista foram os responsáveis por simbolizar a passagem da faixa presidencial na cerimônia de posse do presidente.

Em seu discurso no parlatório do Palácio do Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva saudou o povo brasileiro e agradeceu a militância que ajudou a elegê-lo. Afirmou, porém, que governará para todos os brasileiros e não apenas por aqueles de quem recebeu voto. Afirmou ainda sua posição de governante contra o discurso de ódio, e prometeu que em seu governo o combate à fome e a miséria será prioridade. Prometeu ainda lutar contra as desigualdades de classe, raça, gênero e também contra as desigualdades na representação política, nas carreiras do Estado, no acesso a saúde, educação e demais serviços públicos. Comprometeu-se a melhorar a distribuição da renda no Brasil e fazer a retomada dos programas sociais exitosos e abandonados ou sucateados nos últimos anos. Chamou, por fim, a necessidade de união e reconstrução do Brasil.

Já na Câmara dos deputados, o presidente eleito renovou seu juramento de fidelidade à Constituição da República e pontuou que a democracia brasileira saiu vitoriosa no último processo eleitoral. Relembrou os debates da Constituinte de 1988 e a partir daí, a necessidade de reerguer um Brasil embasado no Estado Democrático de Direito, que foi demolido nos últimos anos. Apontou novamente a necessidade de combater a fome e a miséria, bem como  retomar os investimentos em áreas como saúde e educação. Agradeceu ao Parlamento pela celeridade na votação da PEC da transição, necessária para tomar atitudes imediatas no que diz respeito aos investimentos que o Estado terá que fazer. Reafirmou a palavra de ordem “Ditadura nunca mais!” e afirmou que o diálogo será a marca de seu governo. Ressaltou que seu governo combaterá as discriminações de toda sorte e prometeu maior controle no acesso às armas de fogo. Prometeu o levante de um Brasil que irá combater a crise climática enfrentada por todo o mundo e a retomada do protagonismo econômico do país. Terminou seu discurso com palavras em defesa da democracia e apelando à necessidade de reconstrução do Brasil.

Sem sombra de dúvidas, tratou-se de dois discursos poderosos e que nos dá a esperança de um país melhor para se viver. Afinal, ainda somos um país com 33 milhões de pessoas em situação de fome e 125 milhões em insegurança alimentar; ainda somos um país com milhares de crianças fora da escola e jovens sem condições de permanência nas Universidades. Ainda estamos enlutados por 700 mil pessoas que morreram na pandemia de Covid-19 no Brasil. Somos também um país refém de um ilógico teto de gastos, que leva a sistemática redução de investimentos em áreas estratégicas para a população brasileira, como saúde, educação e seguridade social.

Assim, cabe a nós, movimento sindical, político e movimentos sociais cobrar e agir para que de fato as promessas de posse sejam cumpridas. Nós, da gestão Travessia na Luta: Mobilizar, Conectar, Fortalecer e Sonhar nos comprometemos a fazer de tudo ao nosso alcance para que esse sonho de um país livre de preconceitos, da fome e da miséria se concretize. Atuaremos sempre em sintonia com as pautas internacionais, nacionais e regionais e em suas intersecções com as nossas pautas como pessoas docentes trabalhadoras. Lutaremos para que a Universidade pública, gratuita e de qualidade social seja prioridade para o novo governo, bem como a nossa necessária recomposição e valorização salarial. Desejamos coerência e força política ao governo Lula e nos manteremos vigilantes a seus meandros e escolhas.

APUBHUFMG+ – Sindicato dos Professores da Universidade Federal de Minas Gerais e Campus Ouro Branco/UFSJ – Gestão Travessias na Luta – 2022/2024