NOTA DE REPÚDIO À AÇÃO DE EXTERMÍNIO REALIZADA NO RIO DE JANEIRO

A “operação Contenção”, realizada em 28 de outubro de 2025, na cidade do Rio de Janeiro, resultou na morte de mais de 120 moradores das favelas dos complexos da Penha e do Alemão. Trata-se de uma ação de extermínio promovida pelo governador de extrema-direita Cláudio Castro (PL), que classificou a operação como “bem-sucedida”. Essa avaliação indica que o objetivo do governador era midiático, pois não há informações sobre a captura de lideranças do Comando Vermelho, que foi o objetivo formalmente atribuído à operação.
Se o objetivo declarado pelo governador não foi atingido, porque ele considerou o morticínio como bem-sucedido? Uma resposta possível e provável é que a operação foi motivada por interesses político eleitorais apoiados no discurso de que “bandido bom é bandido morto” e por um profundo desrespeito ao povo trabalhador que vive nas comunidades. A ação de guerra contra as comunidades é mais uma chacina que expõe a falência e a crueldade de um modelo que criminaliza a pobreza e alimenta discursos de extrema direita com sangue e medo. É o modelo que explica a aprovação na assembleia legislativa do Rio de um projeto enviado pelo governador e denominado “Gratificação Faroeste”. Aprovada pela Alerj em 23/09/2025, a nova lei estabelece gratificações que podem chegar a 150% do vencimento básico para policiais civis do Rio de Janeiro que “neutralizarem” criminosos em ações de confronto.
Nós do APUBHUFMG+ denunciamos a naturalização da barbárie e da violência de Estado. Não há segurança pública quando o Estado assassina a população pobre, negra e favelada. Nos solidarizamos com as famílias das vítimas, com o povo negro e periférico, e com todas e todos que lutam por justiça e pelo direito da classe trabalhadora viver com dignidade. Exigimos a apuração rigorosa e a responsabilização dos agentes e autoridades envolvidos neste massacre!