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Necessidade de trabalhar para manter a família afasta estudantes da escola, aponta pesquisa

Apenas 15% dos brasileiros com idade acima dos 16 anos estão matriculados em instituições de ensino. Ou seja, 85% das pessoas nessa faixa etária não estão estudando. Os números constam em pesquisa do Sesi e Senai, realizada pelo Instituto FSB Pesquisa, publicada na sexta-feira passada (26/05).

O cenário alarmante remete, diretamente, para o modo como as desigualdades sociais afetam a permanência de estudantes nos estudos. Basta notar que, entre aqueles que abandonaram os estudos, 47% apontam a necessidade de trabalhar para manter a família como o principal motivo. Já outros 12% apontam a vontade de gerar a própria renda e ter autonomia.

Inclusive, 57% dos entrevistados disseram que precisaram abandonar a escola por falta de condições de continuar. Até porque, em 38% dos casos, os estudos foram interrompidos antes de  serem atingidos os níveis de escolaridade pretendidos.

Não há dúvidas quanto ao papel da Educação para a transformação social. Contudo, como o levantamento evidenciou, para quem precisa contar com a própria força de trabalho para garantir a sobrevivência, assim como contribuir com o sustento de seu núcleo familiar, as necessidades cotidianas podem acabar por se sobrepor às condições de se dedicar aos estudos.

Diante dessa situação, para que o debate sobre o desafio de assegurar o acesso da população à Educação, assim como as possibilidades de permanência, seja pautado na realidade, as condições materiais do povo precisam ser levadas em consideração. É sempre preciso reforçar que a luta em defesa do direito constitucional ao ensino não se encerra dentro das instituições de ensino.