Sindicato APUBH endossa a nota de repúdio à Rede Globo elaborada pela CNTE
O Sindicato APUBH endossa a nota de repúdio à Rede Globo elaborada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE), uma entidade composta por 50 sindicatos docentes de base estadual e municipal, que atuam na Educação Básica. Além de utilizar seus telejornais, suas mídias impressas e eletrônicas para defender a privatização da educação e para combater o funcionalismo público, o Conglomerado Globo agora também se utiliza de suas telenovelas com o mesmo intuito. A Globo age para defender os interesses do grande capital financeiro e é inimiga da educação pública! Lutemos contra as mentiras desse veículo de imprensa e pela democratização dos meios de comunicação em nosso país!
Moção de repúdio à Rede Globo de televisão que, por meio de suas novelas, manipula opiniões e joga a sociedade brasileira contra a figura do/a professor/a
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação – CNTE, entidade representativa dos profissionais do setor público da educação básica brasileira, REPUDIA de forma veemente a tentativa de manipulação da opinião pública brasileira contra a imagem dos/as professores/as.
Em capítulo exibido no último dia 01 de setembro, a novela global “O Tempo Não Para”, que ocupa a grade de programação da emissora no horário das 19h, personagens da trama travam um diálogo que sugere, explicitamente, que a culpa e responsabilidade da atual situação da educação pública brasileira é do direito de greve do/a trabalhador/a e de sua forma de contratação por meio de concursos públicos. Esse aparente inocente diálogo em uma obra de ficção escamoteia a intenção tácita de uma emissora de televisão que, acostumada a manipular a opinião pública, parece não ter se dado conta de que seu poder de outrora, nesse campo da construção das ideias no Brasil, está cada vez mais comprometido e muito mitigado. A sociedade brasileira já identifica na Rede Globo um mal que precisa ser regulado porque trata-se, sobretudo, de uma concessão pública e à sociedade deve servir.
O pitoresco da cena reproduzida na novela em questão não passou despercebido por expressivos segmentos sociais atentos ao atual momento político por qual passa o país. Em tempos de uma democracia golpeada, que contou com o apoio decisivo desse grupo de comunicações, o diálogo entre as personagens da novela flerta com as possibilidades de contratação de servidores públicos sem mais a necessidade de concurso público, muito em decorrência da aprovação recente da terceirização ilimitada e da reforma trabalhista. Em especial para a categoria do magistério, e em conjunto com a alteração proposta nesses dois normativos, a Reforma do Ensino Médio propõe a contratação de professores por “notório saber” para o ensino profissionalizante. A ideia sempre presente de conferir às nossas escolas a gestão por meio de organizações sociais (OSs) reflete o diálogo travado na teledramaturgia global. É evidente que a cena se propôs a ser um instrumento dessa disputa de ideias que se dá no campo dos projetos políticos e somente nesse campo deve ficar.
Todos sabemos o modelo de educação que a Globo defende, que é exatamente aquele que está se pavimentando no Brasil. Esse poderoso grupo econômico aguarda ansiosamente a aprovação da nova Base Nacional Comum Curricular – BNCC do Ensino Médio para que, assim, possa ser ofertado os seus telecursos pelo Brasil afora, atendendo aos preceitos do que se pretende impor no Brasil nos tempos de hoje. Para isso, eles precisam destruir o atual modelo público, tratando a educação como mercadoria. Por isso, a cena da novela não foi despropositada e tampouco desinteressada.
Não é à toa que o índice de audiência dessas novelas, e no mais de toda a sua programação, cai em vertiginosa queda anos após anos. As pessoas estão fartas dessas tentativas de manipulação grotesca. Contingente expressivo de nossa sociedade já percebe as entrelinhas e insinuações, sempre interesseiras, dessa emissora golpista. Está chegando o momento de regular essa distorção em nossa democracia. A democratização dos meios de comunicação é urgente e está próxima!
Fonte: CNTE.