Virologistas detectam genoma do novo coronavírus em locais públicos de BH
Fonte: UFMG.
Com a indicação de 17 ambientes contaminados, Prefeitura realizou desinfecção na quarta-feira; reavaliação das áreas, no dia seguinte, constatou eliminação do patógeno

Equipe do Laboratório de Vírus do ICB colheu 101 amostras | Arquivo Laboratório de Vírus.
Em iniciativa inédita na cidade, uma equipe de virologistas da UFMG realizou testes em pontos estratégicos de Belo Horizonte para detectar a presença do novo coronavírus em locais públicos, como pontos de ônibus e bancos de praças. Após confirmação da existência do genoma em 17 amostras, a Prefeitura de Belo Horizonte procedeu, na última quarta-feira, 6 de maio, à desinfecção. Novas análises foram conduzidas ontem (quinta, 7) pelo grupo e constataram a eliminação do vírus.
A ideia do trabalho surgiu quando os pesquisadores perceberam que, apesar da grande disseminação de notícias e falas de especialistas alertando que o novo coronavírus pode ser transmitido pelo contato de pessoas com locais públicos contaminados, há na literatura especializada um gap sobre o assunto. “Existem poucos dados a respeito da presença do vírus em superfícies de instalações públicas, como pontos de ônibus, terminais de ônibus e praças”, exemplifica o professor Jônatas Abrahão, do Departamento de Microbiologia da UFMG e pesquisador do Laboratório de Vírus.
Foi assim que o grupo decidiu deslocar-se para locais estratégicos de Belo Horizonte e realizar testes para avaliar cientificamente a situação da cidade. O escopo de pesquisa foi delineado com base nas informações prévias relacionadas aos lugares com maior notificação de Covid-19. Foi feito um planejamento, definiram-se protocolos de atuação, e a equipe seguiu para a região Centro-sul, área de grande incidência da infecção.
Um dos locais escolhidos para a pesquisa foi a área hospitalar, incluindo a Avenida Alfredo Balena, a Alameda Ezequiel Dias e alguns hospitais. “Coletamos amostras em frente aos hospitais, no piso (nunca dentro deles) e nos pontos de ônibus das imediações”, explica Jônatas Abrahão.
Também foram testados quatro terminais do Move, no Hipercentro de Belo Horizonte, particularmente nas avenidas Paraná e Santos Dumont. Além disso, bancos e mesas de concreto de três praças foram analisados. “Em Santa Teresa, fomos à praça Duque de Caxias e, na Savassi, estivemos na Praça Diogo de Vasconcelos e numa pequena praça de alimentação na rua Pernambuco, quase na Avenida Getúlio Vargas”, relata o pesquisador.