Na ALMG, APUBHUFMG+ denunciou a precarização do trabalho docente na educação básica
O Grupo de Pesquisas sobre Profissão Docente (PRODOC) da UFMG e a Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) promoveram, nos dias 25 e 26 de março, o seminário internacional de Pesquisa em Educação para apresentação dos resultados finais das pesquisas sobre a condição docente de professora(e)s da Rede Estadual de Educação de Minas Gerais.
O requerimento para a realização do evento foi uma iniciativa das deputadas Beatriz Cerqueira (PT) e Macaé Evaristo (PT), respectivamente, presidenta e vice da comissão. Ao longo desses dois dias, a programação contou com mesas de abertura e de encerramento, mesas redondas, conferência de abertura e comunicações orais. O APUBHUFMG+ apoiou a realização do evento, juntamente com o Programa de Pós-graduação em Educação (PPGE) da UFMG.
Com o tema “A condição docente de professora(e)s da educação básica”, a mesa de abertura ocorreu na manhã da última segunda-feira (25/03). O APUBHUFMG+ marcou presença, sendo representado por sua presidenta, professora Maria Rosaria Barbato. Já a Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia esteve presente na figura de sua presidenta, deputada Beatriz Cerqueira, e da vice-presidenta, deputada Macaé Evaristo.
A mesa foi composta, ainda, pelo professor João Valdir de Souza, que coordena o PRODOC, pela professora Andrea Moreno, que dirige a Faculdade de Educação (FaE) da UFMG, e pelo professor Emílio Fanfani, que leciona na a Universidad de Buenos Aires. Assista à matéria da TV Assembleia: https://youtu.be/eDjqFIA86jM?si=BSImIpgDw14pBURo
Baixos salários e sobrecarga de trabalho
Em sua fala na mesa de abertura, a professora Maria Rosária Barbato alertou para a diminuição o número de professores em sala de aula. De acordo com a presidenta do APUBHUFMG+, esse cenário reflete a falta de investimento e de valorização na educação básica brasileira. Nesse sentido, ela retomou os dados do Censo da Educação Superior de 2022, segundo os quais, pelo menos, 58% dos estudantes na universidade abandonam o curso de licenciatura antes do diploma. Essa é a maior taxa de desistência em dez anos, além dos recém-formados que abandonam as salas de aula com apenas 5 anos de magistério.
A presidenta do APUBHUFMG+ denunciou, ainda, como a precarização das condições de trabalho tem causado o adoecimento físico e mental dos profissionais da Educação. “O problema não está só nos baixos salários, mas também na sobrecarga de trabalho com aumento de funções. O profissional precisa elaborar as aulas, dar as aulas, criar conteúdo para plataforma digital, corrigir provas, participar de reuniões. Há muito trabalho fora do expediente”, definiu a sindicalista. Para enfrentar esses problemas, ela reforçou a necessidade de investir em políticas públicas.