Mídia burguesa espalha boatos sobre as propostas do governo federal para a Saúde e a Educação
De acordo com matéria do jornal Folha de S. Paulo, publicada no último sábado (06/07), o governo Lula estaria estudando a possibilidade de cobrar mensalidades nas universidades federais. A medida seria direcionada a estudantes de classes sociais mais favorecidas. Ainda de acordo com a publicação, também estaria sendo cogitada a implementação de mudanças nos parâmetros do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB). Em ambos os casos, as medidas serviriam para “ajustar contas” da União.
Como era de se esperar, a notícia causou ampla repercussão negativa. Por isso mesmo, ainda no domingo (07/07), o professor e pesquisador da USP, Daniel Cara usou as redes sociais para desmentir a reportagem. E no dia seguinte, foi a vez do Ministério da Fazenda rechaçar os boatos, de maneira sucinta e enfática. “A respeito da reportagem ‘Governo cogita cobrar de alunos ricos em federais e mudar FUNDEB para ajustar contas’, da Folha de S. Paulo, o Ministério da Fazenda informa que tais iniciativas jamais estiveram entre as medidas em análise pela pasta. O Ministério ressalta que não foi procurado pelo jornal, o que impediu uma manifestação oficial antes da publicação”, diz o comunicado, publicado na segunda-feira (08/07).
Inclusive, chama a atenção o fato das fontes oficiais do governo não terem sido consultadas sobre o tema. E com quem o jornal conversou? A matéria não nomeia as fontes, apenas se limita a dizer que fazem parte da “ala do governo”, que fazem parte da “equipe econômica”. Em outras palavras, não seria um absurdo dizer que este veículo, um dos maiores da mídia burguesa, estaria espalhando boatos. Sim, boatos. Informações infundadas, vindas de fontes imprecisas. Ou, para usar uma expressão mais atual, trata-se de uma fake news.
E por falar em fake news, o ex-presidente Jair Bolsonaro tentou surfar na onda de críticas ao governo. O inelegível usou as suas redes sociais para ironizar a situação. Em 2018, quando ainda era um deputado federal, Bolsonaro cogitou a mesma proposta de cobrança de mensalidades. Na época, inclusive, a ideia sofreu duras críticas de Fernando Haddad, que hoje está à frente do Ministério da Fazenda. Ou seja, mais uma vez, o político de extrema direita tenta se promover às custas de notícias falsas.
Em tempo, vale a pena lembrar a reportagem “Fazenda estuda limitar a 2,5% crescimento real dos pisos de saúde e educação”, publicada no dia 11 de junho. Assim como na publicação citada anteriormente, também foi veiculada pelo jornal Folha de S. Paulo. E mais uma vez, a matéria atribuiu as informações a fontes não identificadas, que fariam parte da equipe econômica do governo. O Ministério da Fazenda, contudo, desmentiu a informação. Inclusive, a pasta atestou isso em audiência com representantes da Frente Pela Vida e do Conselho Nacional de Saúde (CNS), entre outros profissionais e pesquisadores do setor.
Os boatos não são por acaso, vêm na esteira da pressão do mercado financeiro para que o Estado aperte os cintos nos serviços prestados à população, com o intuito de equilibrar as contas públicas. O mesmo esforço, no entanto, não é cobrado no tratamento dispensado aos setores das elites rentistas e empresariais. Como bem sabemos, a ala reacionária e neoliberal da política brasileira está confortável com a ideia de sacrificar os serviços prestados à população, se isso contribuir ao grande capital.
O povo brasileiro já conhece bem as artimanhas usadas pela extrema direita. Não é de hoje que se vale de notícias falsas para tentar moldar a opinião pública. E a cumplicidade da mídia burguesa com esse projeto político e econômico também não é novidade. Por isso mesmo, não causa espanto que essas forças políticas tentem atingir a imagem do atual governo. Na verdade, estão buscando corroer o projeto progressista e puxar a gestão para a direita.
E a nossa maneira de resistir a esse cenário está no diálogo com a população e no combate às redes de ódio, mentiras e obscurantismo que precisam ser permanentes em nossas atuações políticas. Da mesma forma, também devemos manter a mobilização para que a população tenha acesso aos seus direitos constitucionais, como Saúde e Educação.