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Consulta pública sobre o Novo Ensino Médio vai até 5 de julho

O Ministério da Educação prorrogou o prazo para uma consulta pública sobre o Novo Ensino Médio, Lei 13415/2017, até o dia 5 de julho. O prazo anterior desta consulta era a quarta feira, dia 6 de junho e até agora a consulta recebeu apenas 7.881 sugestões. Trata-se de uma temática decisiva para a educação brasileira.

O Novo Ensino Médio enfrenta duras críticas por parte das organizações que lutam pela melhoria da educação brasileira. Ao alterar a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a proposta do NEM era oferecer aos estudantes uma preparação “técnica” para ingresso no mercado de trabalho. Para isso, disciplinas como Física, Química, Biologia, História, Geografia, Filosofia e Sociologia tiveram suas cargas horárias reduzidas e matérias de “interesse” dos discentes seriam oferecidas. Não houve nenhum acompanhamento de quais matérias seriam oferecidas. Assim, disciplinas como “mundo pet”; “o que rola por aí”; e “brigadeiro caseiro” foram oferecidas à alunos de ensino médio das escolas públicas no Brasil.

O resultado tem sido o aumento vertiginoso da evasão escolar. Segundo pesquisa realizada pelo Sesi/Senai em parceria com o Instituto FSB Pesquisa, evidenciou-se que 85% dos jovens acima de 16 anos estão nas escolas. Dentre os entrevistados que evadiram da escola, a maior parte (47%) saíram da escola pela necessidade de trabalhar. O NEM é uma falha por si só: excluiu-se matérias básicas do ensino médio; inseriu-se uma série de disciplinas sem sentido para, em teoria, “preparar os jovens para o mercado de trabalho”; aumentou-se a evasão escolar e, em grande medida, a justificativa é a necessidade de trabalhar.

Além disso, o Novo Ensino Médio aumentou a carga horária da vida escolar dos alunos, sem o correlato investimento para efetivação de novos professores para as escolas, aprofundando ainda mais o fosso de desigualdade entre os estudantes mais ricos e os mais pobres, entre as escolas privadas e as escolas públicas, uma vez que as escolas particulares possuem, via de regra, maior estrutura para colocar em prática os “itinerários formativos” propostos na reforma do ensino médio sem prejuízo à formação básica. Trata-se de um projeto que segue a cartilha ideológica do neoliberalismo, visando formar mão de obra barata. Além disso, é extremamente problemático e questionável o fato desta reforma não ter consultado, no momento de sua formulação, os profissionais, os especialistas, as associações e entidades de educação.

Nós, do APUBHUFMG+, corroborando com o entendimento da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), entendemos que o Novo Ensino Médio deve ser, imediatamente, revogado. Assim, conclamamos  que a categoria de docentes da UFMG, defensores da educação e de uma formação qualificada, discordem de todas as 11 perguntas do formulário do MEC, acessível neste link. Para saber as orientações sobre como e porque votar contra as propostas, clique aqui. #Revogação imediata do Novo Ensino Médio!