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Chega de ataques ao meio ambiente!

Na faixa afixada pelo APUBHUFMG+ na grade da Escola de Veterinária da UFMG, deixamos nítido o nosso recado: “Chega de ataques ao meio ambiente!”. O sindicato segue mobilizado contra os sérios prejuízos que podem sejam causados, caso a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) continue o empreendimento Stock Car no entorno da UFMG. A despeito dos supostos benefícios que a realização da corrida poderia trazer para BH, os prejuízos para a fauna, a flora e a população em geral podem ser ainda maiores.

Desde o início dos cortes de árvores, que ocorreu no dia 28/0, as atividades continuaram a ser alvo de protestos por parte de entidades ambientais e de membros da comunidade acadêmica. Naquele mesmo dia, o APUBHUFMG+ somou forças à comunidade acadêmica em uma manifestação em frente à Escola de Veterinária da universidade. E na manhã de domingo (03/03), foi realizado um novo ato público no mesmo local. E desde aquele dia, estudantes da UFMG e integrantes do movimento ambiental Arboriza_BH permanecem em vigília no local. O nosso sindicato apoiou a ocupação, por meio da doação de alimentos e água aos manifestantes em vigília no local.

Além disso, o sindicato promoveu, junto à categoria docente da universidade, um abaixo-assinado contra a realização de corridas de Stock Car nos arredores do Campus Pampulha. Até o fechamento desta matéria, mais de 600 pessoas já haviam aderido ao abaixo-assinado. A categoria demonstra, assim, o seu comprometimento com a preservação ambiental e pela saúde animal no Campus da UFMG. O abaixo-assinado continua aberto para que todos os professores e professoras possam manifestar-se contra a instalação deste empreendimento nas proximidades do Campus UFMG.

Posicionamento da UFMG

A UFMG também manifestou preocupação com os efeitos nocivos que podem ser causados pelo empreendimento. Em nota, publicada no dia 28 de fevereiro, a UFMG afirma que “compartilha das preocupações da sociedade em relação à discussão pública e aos impactos previstos na vida não apenas das pessoas e animais da região, mas de toda a cidade de Belo Horizonte. Nesse sentido, ressalta a inadequação do local proposto para um evento dessa natureza e a necessidade de se considerar opções disponíveis”.

E além de todos os males já citados, a retomada das atividades de cortes das árvores restantes, também causou transtornos e lentidão no trânsito na região da Pampulha, justamente no primeiro dia de aulas deste semestre. Em reposta ao ocorrido, a universidade protocolou junto aos ministérios público estadual e federal, uma representação contra a realização deste empreendimento no entorno do campus Pampulha.

No documento, a reitora afirma que “a interrupção do trânsito sem qualquer aviso prévio a esta Universidade prejudicou o ingresso dos alunos, professores e servidores em suas dependências”. E completa: “nesta semana, 5,7 mil novos estudantes ingressam na UFMG, além dos alunos regulares, perfazendo uma comunidade de 60 mil pessoas”.

Idas e vindas na Justiça

No dia seguinte ao início dos primeiros cortes de árvores, uma decisão de liminar judicial determinou o encerramento das atividades. De acordo com o juiz Thiago Grazziane Gandra, da 3ª Vara dos Feitos da Fazenda Pública Municipal da Comarca de Belo Horizonte, que assinou a decisão: “o corte das árvores poderá acarretar danos irreversíveis para o meio ambiente e para os munícipes”.

O alívio, contudo, durou pouco. Às 23h19 da sexta-feira (1º/03), o presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), José Arthur de Carvalho Pereira Filho, assinou a autorização para a retomada das atividades. E a PBH não perdeu tempo. O corte de árvores foi retomado já na madrugada de domingo para segunda-feira (05/03).

E cortaram até o que não poderiam. Em uma atitude altamente questionável, o Conselho Municipal de Meio Ambiente (COMAM) autorizou a derruba de 63 espécies específicas de árvores. Contudo, como denunciaram ambientalistas que fizeram parte dos protestos, também foram afetadas duas árvores que não fazem parte desta lista. As árvores eram um oiti, que foi parcialmente retirado, e também uma espécie pau-ferro, que foi totalmente derrubada.

Por tudo isso, a nossa luta precisa continuar. A realização do empreendimento Stock Car no entorno da UFMG precisa ser interrompido, enquanto ainda há tempo. Stock Car na Pampulha, não! Deixem nossas árvores em paz!