Acontece no APUBH

Ciclo de debates: “Saúde nesta crise?” começa no dia 31/08

Iniciativa do APUBH, por meio do NADi, prevê debates presenciais em 3 unidades acadêmicas da UFMG.

 Desde 2020, o APUBH UFMG+ tem proposto debates perenes e amplo com a categoria, de modo a contemplar os aspectos da estrutura de trabalho que podem ser potencialmente produtoras de sofrimento no contexto de trabalho docente.

O Sindicato atento a isso, por meio do NADi/APUBH UFMG+, realizará o ciclo de debates: “Saúde nesta crise?”. O evento será descentralizado e realizado em três unidades acadêmicas em formato de rodas de conversa amparadas em contribuições iniciais sobre o tema, com a presença de participantes convidados. Todos os debates acontecerão de maneira presencial nas unidades da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FAFICH), Faculdade de Educação (FAE) e Escola de Enfermagem, de 17h as 19h, com café de recepção iniciando às 16h. Haverá possibilidade de participação online pela plataforma Zoom, no formato síncrono.

Em preparação ao Ciclo de Debates, a professora pós-doutora, titular aposentada da UFMG, com atuação na área de Psicologia do Trabalho, com ênfase em Saúde Mental no Trabalho, Maria Elizabeth Antunes nos conta um pouco na entrevista a seguir, sobre o que será abordado no dia 31/08 (quarta-feira), na Roda de Conversa “Trabalho, universidade e saúde mental”. O evento acontecerá na Sala de Congregação da FAFICH, às 17h. 

  • Você avalia que a compreensão da relação entre saúde mental e trabalho é uma perspectiva amplamente compreendida e compartilhada na comunidade acadêmica?

Na minha avaliação, essa relação entre saúde mental e trabalho ainda é pouco compreendida e a divulgação dos avanços nessa área do conhecimento, tanto na comunidade acadêmica quanto fora dela, deveria ser ampliada. Claro que, entre os pesquisadores da área isso tem ocorrido por meio de publicações e congressos, mas na comunidade acadêmica como um todo, não se passa da mesma forma. Penso que o conhecimento do processo saúde-doença não pode se ater aos estudiosos do tema, devendo ganhar a consciência de todos os envolvidos e é por isto que defendo o acesso cada vez mais ampliado dos achados da área pela sociedade em geral. Mas, infelizmente, não é isso que tem ocorrido, o que é lamentável, já que só é possível desenvolver formas adequadas de lidar com dada realidade quando alcançamos um conhecimento suficiente a seu respeito.

  • Como essa compreensão/perspectiva pode-se contribuir para o coletivo de docentes bem como para toda a comunidade acadêmica?

É sabido que, para lidar com problemas de natureza social – e estamos falando aqui de uma área eminentemente social -, é necessária uma prática gestada pelos atores diretamente envolvidos. Mas isso só pode se dar de forma efetiva quando eles se apropriam de um conhecimento suscetível de fundamentar suas reivindicações imediatas. No que diz respeito aos impactos do trabalho na saúde mental, qualquer transformação que venha a ocorrer nos contextos laborais deve ser obra dos responsáveis diretos pela sua realização. Portanto, o aumento da compreensão desse campo de estudos, por meio da divulgação dos seus achados por toda a comunidade acadêmica, tende a produzir resultados positivos, já que seus atores poderão se apoiar no conhecimento produzido para promover as mudanças que realmente necessitam.