No dia 23 de março, fomos às ruas lutar pela Democracia: sem anistia!
Fotos de Anderson Sousa/APUBH
O Brasil está a poucos dias da data que marca o início da ditadura militar no país. Contudo, mesmo após 60 anos depois do golpe militar de 1964, o Brasil ainda não acertou as contas com o próprio passado. E as ideias autoritárias e reacionárias, que nortearam aquele regime ditatorial, continuam vivas no país. Até porque, não precisamos voltar muito no tempo para perceber como a extrema direita tem alimentado o golpismo em nossa sociedade. Os ataques terroristas na capital federal, em 8 de janeiro de 2023, foram um exemplo dramático dessa realidade.
E como as instigações vêm revelando, a trama antidemocrática não se limitou àquelas ações violentas. Na verdade, há indícios de uma verdadeira articulação para o golpe, com a participação de militares, integrantes da gestão bolsonaristas e do próprio ex-presidente. Inclusive, na semana passada, a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e mais 16 pessoas, no âmbito das investigações sobre o esquema de falsificação de vacinas. E os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), em falas à imprensa, já apontam relações entre a fraude do cartão de vacina da Covid e a tentativa de golpe de Estado para manter o inelegível no poder.
E o avanço da extrema direita não se resume ao Brasil. Estamos acompanhando aqui do lado, na Argentina, o governo Javier Milei implantar uma série medidas ultraneoliberais e ultraconservadoras, que estão afundando o país em uma profunda crise social e econômica. Além do que, não podemos fechar os olhos para as ações imperialistas do governo de Israel, cuja ação tem causado um verdadeiro genocídio na Palestina. E essa política de extrema direita do governo, ainda por cima, encontra apoiadores, até mesmo, aqui no Brasil.
Não podemos ficar calados diante dessa conjuntura. E não ficamos. No último sábado (23/03), construímos o Dia Nacional de Mobilização em Defesa da Democracia. Estivemos nas ruas para exigir punição para as pessoas que planejaram, financiaram e executaram a tentativa de golpe contra o Estado brasileiro, no dia 08 de janeiro. A data foi definida no dia 27 de fevereiro, em uma plenária virtual que reuniu cerca de 130 lideranças. Estiveram presentes representantes dos movimentos sociais, que compõem as frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, e também integrantes de partidos do campo democrático e popular e de entidades da sociedade civil.
Em todo o país, foram registrados atos públicos nesse dia. As forças democráticas brasileiras protagonizaram uma grande mobilização, em que também relembramos os 60 anos do golpe militar de 1964. Essa data precisa ser lembrada e debatida, para que possamos, de fato, extirpar as raízes golpistas que insistem em persistir em nossa sociedade. E ainda cumprindo o propósito de barrar o avanço da extrema direita, a manifestação focou no protesto contra o genocídio na Palestina.
Em Belo Horizonte, a manifestação ocorreu pela manhã, na Praça Afonso Arinos – em frente à Faculdade de Direito da UFMG. E como não poderia ser diferente, o APUBHUFMG+ esteve presente. A categoria docente da universidade panfletou e dialogou com as pessoas presentes, contribuindo para a mobilização da sociedade.
Aqui em Minas Gerais, a mobilização somou forças à luta contra a gestão do governo bolsonarista de Romeu Zema. Assim como o inelegível, o governador mineiro compartilha da mesma política neoliberal. Algo que pode ser percebido políticas privatistas e ataques contra os direitos e o meio ambiente, assim como em suas medidas negacionistas. A luta para a barrar o reacionarismo, dessa maneira, também precisa ser travada em nível regional.
Da mesma forma, as servidoras e os servidores lutam para que o Estado cumpra o seu papel democrático junto à população. É através do nosso trabalho, as funções cumpridas pelo conjunto dos servidores federais, que o Estado chega até a população. Portanto, a valorização dos servidores públicos federais deve estar na ordem do dia do atual projeto para o país.
Mais uma vez, a classe trabalhadora demonstra a sua força para conter o avanço do fascismo no Brasil. Em todos os espaços possíveis, precisamos fortalecer a luta em defesa da Democracia. Para construir uma Democracia que seja, de fato, plena e inclusiva, a nossa luta e a nossa mobilização precisam ser permanentes. Sem anistia!
Junte-se ao APUBHUFMG+ na Campanha “Anistia Não!”. Clique no link a seguir e use o tema para perfil no Facebook: https://twb.nz/anistianao