Acontece no APUBH

Luta contra a PEC-32 e as privatizações: APUBH participou de debate na TV Comunitária de Brasília

Programa Brasília Notícias, da TV Comunitária de Brasília (TVComDF), no dia 24/08.| Imagem: Youtube/Reprodução.

“O momento é de superar qualquer imobilidade e lutar firmemente pela manutenção dos nossos direitos e de nossos empregos e pelo papel social do Estado. A mobilização é a única saída contra a aprovação da Reforma Administrativa”, definiu aprofessora Maria Rosaria Barbato, presidente do APUBH UFMG+, em sua participação no programa Brasília Notícias, da TV Comunitária de Brasília (TVComDF), na tarde da última terça-feira (24/08).

Na pauta do programa, a luta para barrar aPEC-32 e contra a venda dos Correios e demais empresas estatais e bancos públicos. O jornalista Paulo Miranda conduziu a conversa, que também contou com a presença de Robson Silva, diretor do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Correios e Telégrafos e Similares do Estado de Minas Gerais (SINTECT-MG), e de David Rubbo, diretor do Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário Federal no Estado de Minas Gerais (SINTRAEMG).

O programa foi transmitido ao vivo, pela TVComDF, e reprisada, na noite de 25/08, pela TVComBrasil. Assista ao vídeo, na íntegra: https://youtu.be/WEh6wnJS76w

Em sua fala, a professora Maria Rosaria relembrou a participação do sindicato nos diversos e vitoriosos atos públicos,promovidos, ao longo do ano, em Minas Gerais. Ela destacou a importância da mobilização, em conjunto com outras entidades sindicais do setor da Educação e dos Serviços Públicos e também de outras áreas, bem como a conscientização da população. “Nós precisamos atingir a classe trabalhadora, fazer com que as pessoas compreendam que esses projetos não atingem somente algumas categorias específicas, mas que serão um problema para o conjunto da população”, definiu a professora.

Na opinião da presidente do APUBH UFMG+, “é evidente que essa reforma não é de interesse da maior parte da população brasileira, sobretudo de quem depende dos serviços públicos para ter acesso a um mínimo de bem-estar social”. A PEC-32, como explicou a docente, não se resume a um ataque à carreira e aos direitos das trabalhadoras e trabalhadores do setor de serviços públicos no país, mas também de uma tentativa de sucatear, retirar recursos e precarizar a estrutura da prestação de serviços à população.

Assim, ainda de acordo com ela, o conjunto de medidas propostos pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, almejaretirar do Estado o seu papel de promotor do bem-estar social à população, abrindo caminho para a iniciativa privada e privatização de órgãos públicos. “Nós precisamos lutar contra a demagogia ultraneoliberal do Governo Bolsonaro, que utiliza uma narrativa falaciosa para conseguir convencer a população”, reforçou a professora.

Os prejuízos para a população da privatização de empresas estatais podem ser observados no projeto de privatização dos Correios, como elucidou o diretor do SINTECT-MG,Robson Silva, em sua participação no programa. Ele destacou que os Correios são o principal operador logístico do país, desempenhando um serviço fundamental para a população. A estatal, ainda de acordo com ele, atua em todo o território nacional, inclusive em regiões que podem não ser de interesse para o setor privado. Robson Silva citou, como exemplo, as cidades de pequeno porte, em que os Correios cumprem o papel de correspondentes bancários e são responsáveis pelo transporte de livros didáticos, vacinas e outros medicamentos, entre outros itens fundamentais.

Além da questão dos Correios, o sindicalista observou que “a própria aprovação da PEC-32 vai fomentar uma ampliação das privatizações das estatais. É a abertura do caminho para as privatizações e para a destruição do serviço público”. Na opinião dele, o ataque será mais sentido nas camadas mais pobres da população, que dependem do Estado para terem a acesso a serviços essenciais, como educação, saúde e saneamento básico.

O diretor do SINTRAEMG, David Rubbo, lembrou de experiências desastrosas, na Europa e na América Latina, de privatização das empresas responsáveis por serviços básicos prestados à população, levando, inclusive, a que essas entidades voltassem a serem estatizadas. Na opinião dele, isso demonstra como a busca por lucro, própria da iniciativa privada, não atende ao papel social que deve ser cumprido para a infraestrutura do país, nesses segmentos. A lógica de privatizações e da PEC-32, ainda de acordo com ele, “é um retrocesso de, no mínimo, para antes da Constituição Federal de 1988”. “Os serviços públicos não podem ficar na mão da iniciativa privada, para garantir os serviços básicos para a população”, reforçou David Rubbo.