Acontece no APUBH

Diretores do APUBH participam de lançamento da Marcha dos Atingidos por Barragens

Há um ano, em 25 de janeiro de 2019, ocorreu o rompimento de uma barragem de rejeitos, situada em Brumadinho/MG, que deixou 272 mortos. O evento ocorreu cerca de quatro anos depois de outro acontecimento igualmente grave e criminoso de responsabilidade da Mineradora Samarco, controlada pela mesma Vale. Esse primeiro grande crime ambiental havia ocorrido no dia 05/11/2015 em Mariana/MG. Nos dois crimes, instituições do Estado brasileiro agiram a favor da Vale e a parcialidade das instituições impediu a reparação de danos aos atingidos e a realização da justiça.

Marcha começou na Praça do Papa e seguiu para o Tribunal de Justiça de MG e a Agência Nacional de Mineiração

O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) iniciou no dia de hoje, 20/01/2020, o primeiro ato público de uma Marcha que percorrerá várias cidades da região onde ocorreu o crime de Brumadinho. Nessa cidade, acontecerá o fim do trajeto, no próximo dia 25/01, exatamente, um ano depois do rompimento da barragem.

Diretores do APUBH participaram do ato público que deu início à Marcha. Convidado a fazer uma saudação aos atingidos que iniciaram a manifestação, Helder F. Paula, ressaltou a importância da iniciativa do MAB e ressaltou que, apenas por meio de sua organização e de sua luta, o povo brasileiro conseguirá fazer com que se cumpra a justiça em nosso país, dada a enorme influência que o poder econômico tem demonstrado sobre o funcionamento das instituições do Estado brasileiro.

Nesse sentido, a luta dos atingidos por justiça se integra à luta por educação, saúde e cultura. Esses e outros direitos sociais têm sido ameaçados e retirados por meio de uma reorientação das políticas públicas e de diversas emendas à constituição (EC), como é o caso da EC que congelou investimentos em áreas sociais (EC 95/2016) e daquela que aprofundou o desmonte da Previdência e da Seguridade Social no Brasil (EC 06/2019). O modelo econômico que promove os ataques aos direitos sociais é o mesmo que impede os atingidos por barragem no Brasil terem acesso à justiça. Por esse ponto de vista, vale a palavra de ordem: #SomosTodosAtingidos.

No trajeto da Marcha, performances chamaram a atenção da população para o descaso da Vale com as famílias atingidas pela barragem.