“Consequências da Violação do Direito à Educação”: estudo revela perda bilionária para o Brasil
No Brasil, a cada ano, centenas de milhares de jovens não concluem a educação básica na idade certa. A falta de acesso a esse direito básico, como bem sabemos, acarreta sérias implicações para os indivíduos. Além do que, também podemos perceber os reflexos em toda a sociedade, seja no agravamento da desigualdade social ou na perpetuação de certas formas de exclusão.
A carência no acesso ao ensino, no entanto, também causa prejuízos monetários bilionários para o país, como revelou o estudo “Consequências da Violação do Direito à Educação”, realizado em uma parceria da Fundação Roberto Marinho com o Insper. De acordo com o cálculo inédito, a perda anual chega a R$ 220 bilhões para o país, cerca de 3,3% do PIB do ano.
Ainda de acordo com o estudo, essa situação “representa um custo social que equivale a 81% do gasto do Governo Federal, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios com a provisão da educação básica (R$ 271 bilhões por ano)”. Para saber mais, assista ao webnário de lançamento da pesquisa, disponível no Canal Futura. Confira aqui. A pesquisa também foi lançada em formato de livro, com distribuição gratuita. Clique aqui para acessar.
Retomar essa discussão se torna ainda mais relevante no momento atual, em que organizações políticas, sindicais e do movimento social promovem, em todo o país, Plebiscito Popular Nacional por um Brasil mais justo. A iniciativa coletiva, que conta com a atuação do APUBHUFMG+, fortalece a disputa, por parte da classe trabalhadora, pelo orçamento público a favor das políticas sociais.
Ou seja, mais recursos para a educação (da creche ao ensino superior), assim como para a saúde e outras áreas estratégicas para a população. Algo decisivo, se considerarmos que a evasão escolar e a falta de prioridade para a educação, que impedem nossos jovens de concluírem educação básica, têm suas raízes nas desigualdades sociais.
Em tempo, cabe ressaltar que a discussão sobre a importância do investimento público na educação não pode ser reduzida ao seu retorno monetário. De todo modo, os números dessa pesquisa ajudam a desmentir o discurso neoliberal, que busca justificar a diminuição de investimentos do Estado em políticas voltadas à população, como forma de alavancar o desenvolvimento nacional.
Na verdade, o processo de precarização da educação, assim como outras formas de exclusão, contribui para o aprofundamento das desigualdades sociais. Por isso mesmo, a relevância do compromisso político de defesa do acesso universal aos direitos sociais previstos na Constituição com um fator de promoção do progresso de nosso país.. Assim, a implementação de políticas públicas possui papel fundamental.