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Comunidade da UFMG avançou no debate sobre paridade em eleições para a reitoria

O APUBHUFMG+ promoveu, em parceria com o SINDIFES e forças do movimento estudantil da UFMG, a Mesa Redonda “Três experiências de paridade em eleições para reitoria das IFES”. Promovida na Escola de Engenharia da UFMG, na última quarta-feira (25/06), a atividade também contou com transmissão ao vivo pelo canal do sindicato no Youtube.

A iniciativa marcou um novo e importante passo da comunidade acadêmica para ampliar o debate sobre a Democracia na Universidade Pública. Inclusive, estamos em um momento oportuno para esta discussão, tendo em vista a proximidade da escolha do Reitorado da UFMG para o quadriênio 2026-2030. Cabe ressaltar, ainda, que o Conselho Universitário da UFMG discutirá esse tema neste ano, porém a categoria docente ainda não definiu uma posição coletiva sobre a paridade. 

Nesse contexto, o sindicato dos TAEs e o movimento estudantil estão, novamente, em campanha pela adoção da paridade. A partir disso, essas organizações convidaram o APUBHUFMG+ a integrar essa mobilização. No entanto, como explicou a diretoria do sindicato docente, o posicionamento sobre a questão precisa partir de uma consulta à categoria. Assim, o aprofundamento do debate sobre o tema, em ações como a realização desta mesa redonda, serve de base para uma definição, em uma eventual assembleia para tratar dessa questão.

No dia 25 de junho, o APUBHUFMG+ promoveu, em parceria com o SINDIFES e forças do movimento estudantil da UFMG, a Mesa Redonda “Três experiências de paridade em eleições para reitoria das IFES”. | Foto: Acervo do APUBHUFMG+.

Para aprofundar a discussão sobre o tema, recebemos três convidadas de universidades em que há eleição para reitoria com paridade: Maristela Piedade, técnico-administrativa da UFRGS e coordenadora do ASSUFRGS; Joana Ferreira do Amaral, professora da UFOP e ex-integrante da diretoria da Seção Sindical do ANDES-SN na mesma instituição; e Ana Emília Carvalho de Souza, mestranda na UFRB.

Já as entidades das entidades das categorias da UFMG foram representadas pelo professor Helder de Paula, presidente do APUBHUFMG+, pela TAE Cristina del Papa, coordenadora geral do SINDIFES e da FASUBRA Sindical, e pela estudante Lorrayne Lourença, da chapa recém-eleita para a direção do DCE. Após as falas iniciais da mesa, a palavra foi aberta para as pessoas presentes, abrindo espaço para um debate livre e democrático. Da mesma forma, comentários também foram registrados no chat da transmissão virtual.

Ampliar a Democracia na Universidade Pública

Iniciando as exposições das convidadas, Maristela Piedade definiu o modelo de consulta 70-15-15, na escolha do reitorado, como uma contradição, que afronta tanto a Democracia na Universidade, quanto a autonomia dessas instituições. Para ela, “uma Universidade autônoma pressupõe que sua comunidade eleja seus gestores e que eles sejam legitimados pela Universidade”. A coordenadora do ASSUFRGS ponderou, ainda, que, para a construção de uma Universidade inclusiva, primeiro é preciso incluir a sua própria comunidade interna.

Maristela Piedade (TAE da UFRGS) | Foto: Acervo do APUBHUFMG+.

Nesse sentido, a estudante Ana Emília chamou a atenção para a maneira como a discussão sobre a paridade pode contribuir para a possibilidade de discutir um projeto de Universidade que envolva igualitariamente e equitativamente todos os setores. Como ela explicou, “não se trata apenas da igualdade no peso dos votos, mas compreender as diferentes necessidades de cada uma dessas categorias”.

Ana Emília Carvalho de Souza (estudante da UFRB) | Foto: Acervo do APUBHUFMG+.

Até porque, como definiu a professora Joana, “a Universidade não é feita só pelos docentes”. Ela observou, nesse ponto, as limitações presentes no estabelecimento de políticas no meio acadêmico, que se restringe às percepções da categoria docente, assim como a partir de uma visão de mundo academicista. Algo que pode afetar, ainda segundo a docente, na capacidade acadêmica de cumprir a função social da Universidade. “Então, é o discurso que a gente, lá na UFOP, sempre defendeu, não só do ponto de vista da eleição, da consulta e da escolha dos dirigentes, mas também das decisões”, definiu a professora.

Joana Amaral (docente da UFOP) | Fotos: Acervo do APUBHUFMG+.

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