Acontece no APUBH

Comitê Gestor do Observatório do Conhecimento avalia e planeja iniciativas em defesa da Universidade Pública

 Gestores discutiram as próximas ações em sintonia com a vocação da rede de articulação de AD’s e Sindicatos para construção de conhecimento.

 No dia 26 de agosto, o APUBH, representado por sua presidenta, professora Maria Stella Brandão Goulart, participou, em Brasília, da reunião do Comitê Gestor do Observatório do Conhecimento (APUBH, APUFG, ADUPEPE, ADUNICAM, ADUFRJ E APUFSC). Em pauta, estavam a avaliação do observatório e de suas iniciativas e o planejamento de uma agenda de atividades para os meses de setembro e outubro.

Avaliação

Lançado em 12 de abril de 2019, o Observatório é composto por 14 Sindicatos e Associações Docentes (APUBH, ADUFG, ADUFEPE, ADUNICAMP, ADUFRJ, APUFSC, ADUFC, APUB, ADURN, ADUFABC, ADUNIFESP, ADUFSCAR, ADUnB, ADUFRGS) e apoiado pela Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG). Stella lembra que o observatório coloca essas entidades (sindicatos e associações) no foco das discussões sobre as universidades públicas, gratuitas e inclusivas. “Ele não é uma federação, não é um sindicato e não pretende ocupar o espaço do Andes e do Proifes. Ele, ao contrário, pretende ser um ambiente articulador, de convívio e de constituição de uma rede para produção de entendimento sobre o desafio que nos integra:  a defesa e a valorização da universidade pública brasileira”, explicou a professora.

Decorridos quatro meses do lançamento do Observatório, o seu Comitê Gestor percebeu um grande avanço no diálogo com o Legislativo, devido, principalmente ao acompanhamento das iniciativas parlamentares, a visibilidade do observatório e a efetivação das ações de assessoramento aos sindicatos e ADs. Entretanto, permanece a dificuldade de diálogo com o Executivo. “Constatamos que há a necessidade, nesse momento, de articulação das diversas iniciativas que estão acontecendo nacionalmente, com destaque para o esforço de articulação com as frentes parlamentares de defesa da universidade: a Frente de Valorização das Universidades Públicas e a Frente de Ciência e Tecnologia”, contou a presidenta do APUBH.  A primeira Frente é mais vinculada à Câmara e coordenada pela deputada federal Margarida Salomão. Já a segunda é mais vinculada ao Senado e tem a coordenação do senador Izalci Lucas (PSDB/DF).

Em consonância com essas frentes, a missão inicial do Observatório era, e ainda é, a construção de conhecimento e de argumentos para participar ativamente das disputas de narrativa sobre as ameaças às universidades brasileiras: os cortes orçamentários, os contingenciamentos, desrespeito à autonomia. Recentemente, o Future-se tornou-se um dos principais objetos de atenção do Observatório, que, inclusive, já divulgou um documento crítico em relação ao programa do MEC.

A partir dessa sequência de ataques do governo contra a educação e a universidade pública, a professora Stella afirma que há uma maior preocupação do Observatório de sair da posição de reatividade para uma posição mais propositiva.  “Esse é um desafio que está vinculado ao estudo dos seguintes temas: gestão, financiamento, condições de trabalho, autonomia e o modelo de universidade que interessa ao Brasil”, explicou.

Próximas ações

Ainda na reunião, o Comitê Gestor definiu uma pauta de temas para abordagem pelo Observatório e a indicação dos sindicatos ou associações responsáveis pela produção dos documentos. Foi aprovada também uma agenda de trabalho para os meses de setembro e outubro.  Essa programação inclui a realização de dois seminários integrados às frentes parlamentares e de uma reunião com todas as AD’s e Sindicatos envolvidos no Observatório.

O primeiro seminário, que será realizado na terceira semana de setembro, está sendo organizado em parceria com a Frente de Valorização das Universidades Públicas. A proposta é de discutir a autonomia universitária, relação entre universidade e as fontes privadas de capital, democratização e gestão.

“Universidade e desenvolvimento tecnológico” é o tema do seminário programado para o mês de outubro. Ele terá a parceira da Frente de Ciência e Tecnologia e focará as relações das instituições públicas de ensino com o setor privado (relacionamento mediados pelas fundações).

Agendada para o dia 16 de setembro, em Brasília, a reunião geral dos participantes do Observatório tem como objetivo a apresentação e discussão de relatório sobre os seis meses de funcionamento e exame das perspectivas para o futuro da rede.

A presidenta do APUBH informou ainda que está andamento a proposta do Observatório do Conhecimento de estabelecimento de uma conexão entre os setores de comunicação e do jurídico de suas entidades participantes.