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Atualização da Greve dos professores e das professoras da educação superior, educação básica, técnica e tecnológica da UFMG em 22 de abril

A greve dos professores e das professoras da UFMG completa uma semana hoje, 22/04, com um balanço positivo da mobilização da categoria.  Diante da pressão que estamos exercendo, o governo antecipou, para a última sexta-feira (19/04), a rodada de discussões na mesa de negociação específica sobre as carreiras de docentes do Magistério Superior (MS) e do Ensino Básico Técnico e Tecnológico (EBTT), assim como de técnico-administrativos em Educação (TAEs). Contudo as partes não conseguiram chegar a um acordo. Na verdade, mais uma vez, as servidoras e os servidores da educação federal saíram frustrados das negociações.

A proposta anterior do governo previa um reajuste de 9% nos vencimentos dos servidores públicos federais, sendo dividido em duas parcelas iguais de 4,5%, a serem pagas em 2025 e em 2026. E para este ano, apenas o reajuste de benefícios, como o auxílio-alimentação, a saúde suplementar e o auxílio-creche. Essa proposta foi rejeitada pela bancada sindical, uma vez que não cobre as perdas salariais acumuladas nos últimos anos. Além disso, o aumento nos benefícios deixa de fora parte da categoria, já que não contempla a parcela aposentada dos servidores e servidoras do setor da educação do funcionalismo.

A categoria construiu, então, uma contraproposta para o governo. Essa alternativa teve como base o levantamento, realizado pelo DIEESE, sobre as perdas salariais acumuladas em nossos vencimentos, no período de setembro de 2016 a dezembro de 2023. Ou seja, fez-se um apelo por uma recomposição salarial, sem ganho real para a categoria, com uma projeção de recomposição de 22,71% dividida em três parcelas iguais a serem pagas em 2024, 2025 e 2026. Essa contraproposta, porém, foi rejeitada pelo governo. Inconformada com essa situação, a categoria deu continuidade às mobilizações da campanha salarial, o que culminou nos atuais movimentos grevistas.

Já a nova proposta, apresentada na sexta-feira (19/04), mantém o reajuste zero para este ano, mas prevê parcelas de 9% para 2025 e de 3,5% para 2026. Com isso, pelas contas do governo, o reajuste chegaria a 22,97%. Percentual esse que resulta dos valores acumulados em cada ano sobre o aumento do ano anterior somados com o reajuste emergencial de 9%, já concedido no ano passado. Ao fazer a proposta, o governo juntou as demandas de reestruturação da carreira e de recomposição salarial que está sendo estudada pelas entidades e docentes para se abrir o debate da proposta do governo. Além disso, como já havia sido anunciado pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), o governo também prevê o reajuste nos valores dos benefícios (auxílio-alimentação, per capita da saúde complementar e assistência pré-escolar).

A princípio, a alternativa não foi aceita por nenhuma das entidades presentes. Nos próximos dias, a proposta governista deverá ser analisada e discutida pelas bases, com realização de assembleias nas universidades e institutos federais que se encontram em greve no país. E só então, a partir do debate coletivo, a bancada sindical deverá apresentar uma resposta oficial para o governo. A assembleia geral dos professores e das professoras da UFMG será realizada no dia 25 de abril. Até lá, a categoria segue realizando panfletagens, reuniões e mobilizações  nas unidades acadêmicas, com debates, aulas sobre a greve e a pauta de reivindicações. Os professores e professoras da UFMG estão representados também no Comando Nacional de Greve da categoria e acompanham de perto a movimentação em Brasília acerca das negociações com o governo.

Sindicato dos Professores de Universidades Federais de Belo Horizonte, Montes Claros e Ouro Branco – APUBHUFMG+