A comunidade da UFMG e o movimento nacional deram o recado: “Não aos cortes em Educação e Ciência!”
No dia 21/06, entidades acadêmicas e científicas e universidades promoveram dia nacional de luta contra a diminuição do orçamento.
Ato do Dia Nacional de “Não aos cortes em Educação e Ciência!”, no gramado da reitoria da UFMG | Foto: Lara Marques / APUBHUFMG+.
A terça-feira desta semana (21/06) foi o Dia Nacional de “Não aos cortes em Educação e Ciência!”. Entidades acadêmicas e científicas e universidades de diferentes partes do país contra a política de desmonte das áreas de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) e do ensino, que está em curso no governo Bolsonaro.
O APUBHUFMG+ aderiu ao movimento, conforme a deliberação da categoria, tomada na assembleia em praça pública no Ato unificado em defesa da Educação e da Universidade Pública (09/06). A programação contou com atos presenciais, em diferentes partes do país, incluindo o Campus Pampulha da UFMG. O ambiente virtual também foi ocupado pela manifestação, com a realização de debates online e postagens nas redes sociais.
A UFMG também participou da programação do dia, com a realização do Painel “Sem presente, sem Futuro: Educação e Ciência em Risco”, transmitido pelo canal da Coordenadoria de Assuntos Comunitários (CAC) no YouTube: https://youtu.be/BRrEBrbEoRA. A universidade também realizou o Painel “Educação e Ciência em Risco: Essencialidade da Ciência para a Educação Básica”, que foi ao ar pelo canal da Pró-reitoria de Extensão (PROEX) no YouTube: https://youtu.be/SL8wwJ2N6n4.
Ato no gramado da reitoria da UFMG: “Não aos cortes! Fora governo genocida!”
No final da manhã, a comunidade da UFMG se manifestou em defesa do investimento na produção de conhecimento no Brasil. O ato foi promovido no gramado em frente à reitoria da universidade e protagonizado pelas entidades que representam os setores da academia – APUBHUFMG+, SINDIFES, APG e DCE. Assista ao vídeo do ato na universidade, na página do APUBHUFMG+ no Facebook: https://fb.watch/dOOBnWDyB_/
A concentração foi marcada por música, exposição de faixas e bandeiras. Representantes das entidades presentes se revezaram, expondo a calamidade da situação, os efeitos que podem e já estão sendo acarretados pelos cortes e a necessidade de comprometimento de todas e todos para impedir esse quadro. Finalizando o momento, a comunidade acadêmica se uniu para uma manifestação coletiva, gritando: “Não aos cortes! Fora governo genocida!”.
Live no Canal do APUBHUFMG+: entidades denunciam subfinanciamento em MG
Finalizando as atividades virtuais do dia de luta, o APUBHUFMG+ transmitiu a live “NÃO aos cortes em Educação e Ciência em Minas Gerais”. Essa foi uma iniciativa do APUBHUFMG+, em parceria com a CNDE/MG (Diretório da Campanha Nacional pelo Direito à Educação em Minas Gerais), o FEPEMG (Fórum Estadual Permanente de Educação de Minas Gerais), o FOMEJA (Fórum Mineiro de Educação de Jovens e Adultos) e o IFMG (Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Minas Gerais). Assista na íntegra, no canal do sindicato no Youtube: https://youtu.be/TSkIUyp8Ia8
No início da transmissão, a professora Analise da Silva, coordenadora do FEPEMG e vice-presidenta do APUBHUFMG+, lembrou o anúncio recente de que o país não cumpriu 15 das 20 metas estabelecidas pelo Plano Nacional de Educação (PNE). O flagrante retrocesso, como pontuou a mediadora do debate online, demonstra os efeitos da falta de recursos públicos para o setor de ensino, que incidem tanto na esfera nacional quanto na estadual, possuindo reflexos também no âmbito municipal.
A professora Talita Barcelos, que integra a CNDE/MG e o Conselho Municipal de Educação de BH, chamou a atenção para o quadro geral de diminuição dos investimentos públicos no ensino, que se percebe nos âmbitos federal, estadual e municipal. Ela alertou, ainda, para a crescente interferência privada nos estabelecimentos de ensino públicos, que diminui, sensivelmente, o espaço de controle social e decisões pedagógicas por parte da própria escola. Além disso, a docente pontuou a jornada de luta da categoria por valorização da educação, assim como os profissionais que nela atuam. Neste ano, o não cumprimento do piso salarial para professores da rede municipal resultou em um movimento de greve.
Já Heleniara Amorim Moura, secretária de Formação Política e Sindical do SINASEFE/IFMG, lembrou o movimento grevista dos servidores públicos do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Minas Gerais. Na avaliação dela, o desmonte da Educação e da Ciência, em curso no governo Bolsonaro, perpassa pelos cortes orçamentários, que se observam na retirada de verbas para pesquisa, ensino e extensão e para assistência estudantil e no desmonte da estrutura física das IFES. Ainda de acordo com a sindicalista, o desinvestimento também é sentido pelo funcionalismo federal, que segue sem reajuste salarial.
Finalizando as intervenções do debate, a presidenta do APUBHUFMG+ denunciou como a política de desmonte do investimento do Estado na Educação e na Ciência se insere na política neoliberal, que norteia o governo Bolsonaro. “Esse governo se caracterizou por ser um governo de morte e de fome, de completo descaso com aquelas que são as exigências básicas da nossa população, dentro delas a Saúde e a Educação”, definiu a professora Maria Rosaria Barbato.
Nesse sentido, a docente da UFMG reforçou que o sindicato tem levantado a bandeira da luta contra os cortes na universidade pública e em defesa da reposição salarial para o funcionalismo público federal. Luta esta que, como ela pontuou, tem sido construída, coletivamente, com as entidades que representam estudantes, técnico-administrativos e demais pessoas comprometidas com a defesa da Educação. “A nossa luta é contra a nossa extinção, então nós precisamos resistir para existir”, conclamou a presidenta do APUBHUFMG+.
