20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra: orgulho, ancestralidade e resistência

As lutas antirracistas e decoloniais são de todas e todos nós!
Em 2025, pelo segundo ano, o Brasil guarda o Dia Nacional da Consciência Negra como feriado nacional. A inclusão da data no calendário oficial é o reconhecimento de um dia de luta que foi deliberado e vem sendo construído, há mais de 50 anos, pelo movimento negro brasileiro.
Na década de 1970, em plena ditadura militar, a militância negra definiu a data em alusão à data da morte de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, um marco na resistência negra contra a escravização no período colonial. Esse foi o reconhecimento daquela comunidade negra como um símbolo para a luta antirracista – ainda mais naquele momento, em que o país enfrentava um regime autoritário, com a influência imperialista estadunidense.
Embora estejamos em outro contexto histórico, o Brasil ainda enfrenta as heranças da escravização e da colonização. Uma parcela significativa da população segue tendo a sua humanidade negada, enfrentando condições precárias de vida e diversas formas de violência. A luta dos movimentos antirracistas e decoloniais é de todas e todos nós!
Apesar das tentativas de apagamento, a ancestralidade africana segue viva na cultura, na educação e na sociedade brasileira como um todo. Uma conquista do trabalho de pessoas e movimentos empenhados no resgate e valorização das raízes negras no Brasil.
Assim como o movimento negro no período ditatorial, recorremos aos ensinamentos ancestrais. A perspectiva dos quilombos, baseada na valorização da organização coletiva e da vida em comunidade, serve de inspiração para a construção de um projeto popular e humanista no Brasil, que transforme racialmente a base material das relações sociais – das estruturas econômicas e de poder e até as estruturas simbólicas, como a linguagem e a subjetividade.
Neste 20 de novembro, trazemos à memória a história de resistência e de orgulho do povo negro no Brasil. Celebramos e buscamos honrar as conquistas alcançadas pelos esforços coletivos das pessoas que vieram antes de nós. Com as forças da ancestralidade, prosseguimos com a valorização da cultura afro-brasileira e o combate ao racismo estrutural.