Acontece no APUBH

02 de outubro: Resistência e luta na UFMG

No primeiro dia da Greve de 48h, comunidade acadêmica realizou diversas atividades de mobilização e conscientização

Nesta quarta-feira (02/10), teve início a Greve em defesa da Educação, Artes, Cultura, Ciência e Tecnologia. Por 48 horas, os diferentes setores da UFMG parariam suas atividades para resistir e lutar em defesa de um ensino público, gratuito, de qualidade e socialmente referenciado. Ao longo do dia, diversas atividades de mobilização e conscientização foram promovidas nos campi Pampulha e Saúde, na Faculdade de Direito e na Escola de Arquitetura.

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Professoras e professores, estudantes de graduação e pós-graduação e técnico-administrativos protestam contra o estrangulamento do orçamento de universidades e institutos federais de ensino e agências de fomento à pesquisa. Os cortes colocam em risco a subsistências dessas entidades e, por conseqüência, pode gerar sérios retrocessos e prejuízos para a população.

E além dos cortes, a produção de conhecimento no país tem sofrido diversos ataques realizados pelo governo federal e pelo próprio ministro da Educação. É o caso do descrédito de institutos especializados, desqualificação do ambiente acadêmico e a tentativa de implementação do projeto “Future-se”.

Jornada de Criação e Intervenção

A Greve de 48h na UFMG foi marcada pela realização da Jornada de Criação e Intervenção em defesa da Educação, Artes, Cultura, Ciência e Tecnologia. A iniciativa foi uma das propostas aprovadas na assembleia docente do dia 19 de setembro. Em diferentes espaços do campus, todas e todos presentes puderam contribuir com a produção coletiva de faixas, cartazes e outros materiais que serviriam de suporte para os atos do dia seguinte.

No Instituto de Geociências (IGC) e na Escola de Belas Artes (EBA), foi realizada oficina de produção de cartazes, faixas e outros materiais para serem utilizadas nos atos do dia seguinte. Na Faculdade de Odontologia, das 10h às 14h, foi realizada oficina para a produção de material para confecção de um mural sobre a nossa faculdade.

Saúde e Educação

A comunidade universitária realizou ato no Campus Saúde da UFMG. Os manifestantes cobraram mais investimentos públicos na Educação e na Saúde Pública.  A população também recebeu atendimento, como medição de pressão arterial e glicose, testes de diagnóstico de HIV, além de orientações sobre prevenção e tratamento de doenças para a população. Os cortes em pesquisa colocam em risco o desenvolvimento do tratamento de enfermidades e de medicamentos e afetam ainda a manutenção dos hospitais universitários.

Este também foi um dia de conscientização em sala de aula, através de conversa com os estudantes. Foi o que aconteceu na Faculdade de Odontologia da UFMG. Três professoras entraram em sala de aula e, ao invés de dar a aula, discutiram a greve e o que poderia ser feito. À tarde, os alunos se reuniram com mais cinco professores e dois TAE’s e fizeram uma proposta de trabalho permanente de discussão e produção de materiais (físicos e virtuais) para esclarecer a comunidade acadêmica e os nossos pacientes sobre as diversas ações, os projetos e atendimentos que produzimos. O estado de mobilização, eles se prepararam para, no dia seguinte bem cedo, receber e conversar com os pacientes.

“Origens e Perspectivas dos Cortes e Educação, Ciência e Tecnologia”

No COLTEC as aulas foram suspensas a partir das 09h10, para que estudantes e professores participassem de uma Roda de Conversa que durou até o final da manhã. À tarde, a agenda ficou a cargo do Grêmio. O debate ocorrido pela manhã foi chamado de “Origens e Perspectivas dos Cortes e Educação, Ciência e Tecnologia” e foi estruturado a partir: (a) de uma linha do tempo dos cortes; (b) das ameaças para o futuro do país do aprofundamento dos cortes assinalado pelo Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) enviado pelo governo para 2020; (c) de uma caracterização das dificuldades a serem enfrentadas pelo COLTEC com a redução de 40% anunciada pelo PLOA.