Os diretores falaram também sobre a participação do APUBH na luta antirracista da UFMG e a disposição da diretoria em convocar a categoria a fazer essa luta. Eles falaram, ainda, sobre o início do processo de mobilização da base para deliberar sobre eventual retorno do APUBH ao ANDES-SN. Andrea Macedo informou que a questão foi pauta de discussão de reunião realizada em 02/12, com o conselho de representantes das unidades, na qual, após a constatação de que há ainda um desconhecimento da categoria em relação aos aspectos políticos e jurídicos de uma possível volta ao ANDES-SN, decidiu-se por realizar uma ampla divulgação das informações disponíveis, aliada a uma intensa mobilização para a assembleia que deve acontecer até abril de 2025, em atendimento à assembleia realizada no dia 10/10/2024, na qual ficou indicado que o APUBH deveria convocar assembleia para debater a pauta em um prazo de seis meses.
A análise de conjuntura foi feita pelo presidente do sindicato que, em sua fala, destacou os seguintes pontos: o posicionamento da nossa categoria diante da luta de classes e o caráter da nossa democracia; a crise do capital financeiro, o fortalecimento da extrema-direita e cenário político no Brasil; a correlação de forças desfavorável aos interesses da classe trabalhadora e a necessidade de rearticulação da esquerda; as principais contradições do governo Lula 3; o pacote de medidas do Ministério da Fazenda enviado no dia 29/11/2024 em decorrência do Arcabouço Fiscal. Confira os slides exibidos na assembleia no tópico da análise de conjuntura e o texto completo a partir do qual os slides foram produzidos.
O terceiro ponto de pauta da assembleia tratou das possíveis ações da nossa categoria contra o sequestro do orçamento público brasileiro. A diretoria apresentou duas propostas para a assembleia: a) “participação na articulação nacional articulada por organizações como o MST, a UNE, a CUT, a CTB, o PSOL, o PCdoB e o PT para realizar, na semana da pátria de 2025, um plebiscito popular pela taxação das grandes fortunas e pelo fim da escala 6x1”; b) “articular a comunidade universitária por meio do APUBH, Sindifes, DCE e os movimentos estudantis da UFMG para realizar diversos atos em BH e em Montes Claros” em protesto contra o sequestro do orçamento público brasileiro”. A ação aconteceria em diversos locais em BH e envolveria a extensão de uma faixa de 30 metros (usada no ato realizado após a assembleia) nas vias públicas, panfletagem e à produção de conteúdo sobre o tema para as mídias e redes sociais das entidades envolvidas.
A essas propostas, os professores presentes à assembleia acrescentaram: c) a realização de eventos (atos e shows) com apelo político, preferencialmente, com artistas mineiros ligados à causas populares; d) fazer uma campanha nas mídias e redes sociais do sindicato com o mote “o orçamento é nosso”, a fim de mobilizar a categoria e a sociedade em prol da defesa da destinação do orçamento público para a educação, saúde e a universidade públicas; incentivar a participação da categoria nos atos nacionais.
Ato, em conjunto com o SINDIFES, contra o sequestro do orçamento público
Após a assembleia, os professores e as professoras dirigiram-se ao gramado para a reitoria para em conjunto com o SINDIFES, realizar um ato contra o sequestro do orçamento público. Na ação, os docentes e servidores técnico-administrativos estenderam uma faixa com os dizeres: “O Mercado financeiro sequestra nossos direitos”, com a assinatura dos dois sindicatos. O ato foi seguido de uma panfletagem na Praça de Serviços do Campus Pampulha. O panfleto destaca que “Neste momento, a ameaça ao orçamento público pelos ataques especulativos ao dólar feitos pelo mercado financeiro e pela política de juros altos do Banco Central pode dificultar até o cumprimento dos acordos de greve realizadas entre o governo federal e os servidores docentes e técnico-administrativos das universidades federais em 2024”.