Professores e professoras da UFMG encerram a greve, mas continuam mobilizados
Em assembleia realizada nesta quarta-feira, 05 de junho, os professores e as professoras da UFMG votaram, em decisão apertada, pelo fim da greve, mantendo a continuidade da luta. Foram 201 votos pelo fim da greve, 179 votos pela continuidade da greve e 16 abstenções. A deliberação foi pelo retorno às aulas no dia 10 de junho, segunda-feira. A decisão será oficialmente comunicada à reitoria da UFMG.
Após mais de 50 dias de greve dos professores e sendo a UFMG uma das Universidades pioneiras do atual movimento grevista no país, a categoria deliberou pelo encerramento da greve, reafirmando, porém, a necessidade de dar continuidade à luta, tendo rejeitado a proposta do governo. Assim, os docentes votaram pela permanência em estado de greve, a partir do dia 10 de junho. Ou seja, os professores e professoras continuarão realizando atividades de mobilização em torno das pautas do movimento grevista. Nesse sentido, aprovou-se uma paralisação no dia 14 de junho, data em que está prevista uma reunião da categoria com o Ministério da Educação (MEC) e o Ministério de Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI). Nesta data, os professores da UFMG se somarão às atividades de mobilização em Brasília para pressionar o governo federal a atender as reivindicações dos professores e das professoras. Atividades serão planejadas pelo Sindicato e pela comissão de mobilização, inclusive em apoio aos Técnico-Administrativos em Educação.
Destaca-se que a greve, ferramenta legítima de luta dos trabalhadores e das trabalhadoras, buscou não apenas a recomposição salarial dos professores e professoras e a recomposição orçamentária das universidades, mas também a revogação de normas prejudiciais à categoria e a defesa da Universidade Pública. De acordo com a Presidenta do APUBH, Maria Rosaria Barbato, “a greve na UFMG teve suas raízes num substrato de longa data de insatisfação, de desvalorização, de sucateamento, de sobrecarga e adoecimento. Esta greve foi o nosso grito na luta pelo reconhecimento e valorização da categoria e da educação pública. Portanto, a rejeição da proposta do governo neste cenário, tendo em vista a expectativa da continuidade das negociações, apontou a necessidade de permanecermos mobilizados e em estado de greve, agregando força ao movimento nacional da educação”.