Nota de saudação à greve vitoriosa dos professores e das professoras da rede particular de ensino de BH e região
O Sindicato dos Professores de Universidades Federais de Belo Horizonte, Montes Claros e Ouro Branco – APUBHUFMG+ – parabeniza as professoras e os professores do ensino privado de Belo Horizonte e região pela vitória histórica, conquistada através da mobilização da categoria.
As professoras e os professores deflagraram greve, no dia 05 de setembro, tendo como pauta principal a luta pela manutenção de direitos e de conquistas, como o adicional por tempo de serviço, a isonomia salarial, pagamento de abono e férias coletivas. Além disso, pleiteou-se a manutenção de cláusulas do acordo firmado em 2019, ou seja, antes da pandemia da Covid 19, que demandou mudanças em virtude do regime de excepcionalidade instaurado naquele momento. Após uma semana de intensa mobilização do movimento grevista, a categoria decidiu aceitar a proposta apresentada pela Justiça, na audiência de mediação realizada no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Assim, em assembleia realizada na última quarta-feira (13/9), deliberou-se por encerrar a greve.
Com razão, a categoria não aceitou a proposta feita pelo sindicato patronal nas mesas de negociação, que, além de não oferecer aos docentes um reajuste salarial com ganho real, ainda tentou retirar direitos. Querer que a categoria docente da rede privada abra mão de direitos duramente conquistados por meio de lutas e mobilizações dos professores e professoras é negar o direito legalmente garantido de possuir condições dignas de trabalho, de usufruir do descanso semanal e o direto de receber uma remuneração decente e condizente com o trabalho exercido. Aceitar a retirada de direitos é negar a própria existência como trabalhador e trabalhadora, sobretudo, é negar direitos para que na prática a concepção de educação como mercadoria se consolide cada vez mais na educação em Minas Gerais e no país, na qual o lucro conta mais do que a oferta de um ensino de qualidade e com condições adequadas de trabalho para os seus empregados.
O assédio do sindicato patronal sobre os professores e as professoras a fim de coagi-los a não exercer o seu direito constitucional de greve, ou seja, o de se mobilizar e lutar pelos seus direitos foi também vexamosa. A greve é sempre o último recurso dos trabalhadores e trabalhadoras e é adotado quando se esgotam as possibilidades de acordo nas mesas/reuniões de negociação. É instrumento legítimo de da classe de trabalhadores, usado na maioria das vezes, infelizmente, quando patrões só negociam realmente quando os trabalhadores cruzam os braços.
O APUBHUFMG+, no momento em que também encampa uma luta pela reposição salarial, saúda o legítimo e vitorioso movimento grevista liderado pelo Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais – Sinpro/MG. A luta da categoria docente demonstrou, na prática, a necessidade e a potência da mobilização coletiva para a conquista, manutenção e ampliação dos direitos da classe trabalhadora. Não à perda de direitos! Reajuste com ganho real já!
