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CPMI dos Atos Golpistas: ABIN entregou relatório sobre suspeitos de financiamento e organização

Continuam as investigações sobre os atos terroristas contra os edifícios-sede dos Três Poderes da República, promovidos por bolsonaristas no dia 8 de janeiro deste ano, em Brasília/DF. Na semana passada, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) responsável por apurar o caso recebeu onze relatórios elaborados pela Agência Brasileira de Inteligência (ABIN). O órgão rastreou o envolvimento de suspeitos de financiar, organizar e divulgar os ataques golpistas. A ABIN levantou, ainda, o planejamento para atacar torres de energia e sistemas de controle.

Para a surpresa de ninguém, empresários do garimpo e do agronegócio figuram entre os suspeitos de terem apoiado a tentativa de golpe. Na gestão bolsonarista, a agenda neoliberal privilegiou os interesses financeiros de mineradoras, garimpeiros, agropecuaristas e madeireiras. Além da exploração da terra e recursos minerais, os grandes empresários desses setores também contribuíram para o processo de corrosão das estruturas democráticas . E mesmo com a derrota daquele projeto para a presidência, a ala mais à direita do Congresso continua fiel a estes interesses.

Os relatórios também destacam o uso de redes sociais para a articulação do crime, assim como para difusão de discursos antidemocráticos. De acordo com os documentos, já foram identificados os responsáveis por financiar 103 dos ônibus usados para levar golpistas para os atos. Destes, dois ônibus teriam sido financiados pelo Sindicato Rural da cidade de Castro (PR). A entidade, inclusive, já consta na lista da Advocacia Geral da União (AGU) de supostos financiadores.

A ABIN também aponta o envolvimento do Movimento Brasil Verde Amarelo, formado por produtores rurais do Centro-Oeste. Além do transporte, a organização também teria contribuído para os acampamentos golpistas. O apoio do Movimento Brasil Verde Amarelo ao bolsonarismo, no entanto, estaria ocorrendo mesmo antes dos atos de janeiro. A organização teria financiado os bloqueios de rodovias após as eleições presidenciais do ano passado, assim como do transporte de bolsonaristas para o ato de 7 de setembro de 2021, em Brasília.

O povo brasileiro precisa continuar a pressionar as autoridades competentes pela identificação e julgamento de todas as pessoas envolvidas nesses atentados terroristas contra a Democracia, sejam participantes, incentivadores, financiadores ou facilitadores. É preciso estar atento e atuante para resguardar a existência do Estado Democrático de Direito. Sem anistia!