APUBH participa através do NADi de roda de conversa na XI Semana de Saúde Mental da UFMG
APUBHUFMG+ presente XI Semana de Saúde Mental e Inclusão Social da UFMG | Foto: Lara Marques.
A Semana de Saúde Mental e Inclusão Social da UFMG chega à sua décima primeira edição, trazendo como tema “Saúde Mental é democracia”. Na última quinta-feira, dia 18, o APUBHUFMG+ participou, com seu Núcleo de Acolhimento e Diálogo (NADi), das atividades, com a realização da roda de conversa “Produtivismo, Adoecimento e Pesquisa”, que colocou em debate saúde e trabalho no cotidiano docente da Universidade. O evento iniciou às 13h30 no Espaço do Conhecimento da UFMG, localizado na Praça da Liberdade, e foi encerrado pouco antes do início do ato de 18 de maio, Dia da Luta Antimanicomial.
Passando por recortes como a sobrecarga de trabalho diante de demandas de pesquisa, relatos de assédio e abuso moral nas relações hierárquicas das instituições e a falta de denúncias formais pelo temor da retaliação, a discussão foi mediada pela professora Solange Godoy, da Escola de Enfermagem e coordenadora do NADi, além de contar com membros do corpo discente, que acompanharam e contribuíram com a conversa. No evento, estavam presentes Maria Stella Brandão Goulart, professora aposentada da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Ricardo Augusto de Souza, professor da Faculdade de Letras, Marcos Vinícius Bortolus, professor da Escola de Engenharia, e o psicólogo do trabalho do Sindicato, Maurício Rodrigues, todos integrantes do NADi.
Durante a conversa, foi pontuado que, apesar da aparente incompatibilidade da discussão sobre saúde e sofrimento mental decorrente da tendência do produtivismo com a rotina das Universidades Federais, esse debate é essencial para o sindicato. Para nortear o debate, foi enviado recentemente, ao corpo docente da UFMG um formulário com algumas perguntas, que foi respondido por 84 pessoas, sendo, 77 professores e 08 professoras. No questionário, perguntou-se sobre a área da pesquisa em que atuam os respondentes e como tem amplificado os casos de sofrimento mental dentro da Universidade, buscando entender quão comum é este sofrimento, como ele se manifesta, quais as causas para que ele aconteça e de que forma ele afeta a realização das pesquisas na Universidade.
Medos, abusos, cansaço físico e mental, desesperança, desespero, ansiedade, sobrecarga, dentre outros tópicos foram pautados durante a conversa como associados à pressão exercida pela lógica do produtivismo acadêmico. A cobrança por incansáveis pesquisas, subordinadas a temas escolhidos por agências de fomento e departamentos da Universidade, a ausência de apoio a materiais que não se enquadram nesse modelo de produção e a falta de tempo e liberdade para exercício da criatividade também foram questões tratadas durante a roda de conversa.
Apesar do sistema cobrar cada vez mais dos docentes da Universidade, demandando tempo e energia para conclusão das pesquisas propostas, além da responsabilidade de gerir turmas da graduação e pós-graduação, é necessário que esse debate ganhe cada vez mais desenvolvimento e aprofundamento dentro do debate acadêmico e no sindicato. Busque ajuda e colabore para o entendimento público dessa questão que afeta não somente os professores da UFMG, mas também toda a área acadêmica. O contato com o Núcleo de Acolhimento e Diálogo do APUBH pode ser feito pelo whatsapp no número (31) 99949-9135, por e-mail, pelo acolhimento@apubh.org.br, ou presencialmente na sede do APUBH. Os plantões semanais como o psicólogo Maurício Rodrigues são realizados às segundas-feiras, de 09:00h às 12:30h. Demais atendimentos devem ser marcados nos contatos do NADi.
Fotos: Lara Marques.
