Acontece no APUBH

Sindicalismo e liberdades democráticas: debate sobre os desafios da atual conjuntura

Reunir representantes de entidades representativas, de movimentos políticos e do Poder Público para discutir os desafios que a atual conjuntura brasileira apresenta para a construção de uma autentica Democracia. Esse foi a proposta do debate “Sindicalismo e liberdades democráticas”, promovido pelo APUBHUFMG+, em parceria com o movimento “BH, seu nome é Democracia” e a Comissão da Verdade dos Trabalhadores em Minas Gerais (COVET/MG). O encontro ocorreu na noite de ontem (27/04), no Auditório Maximum Alberto Deodato da Faculdade de Direito da UFMG.

Contamos com a presença de Samuel Dias de Moura, vice-presidente do Sindicato dos Advogados do Estado de Minas Gerais (SINAD-MG), de Sebastião Oliveira Neto, coordenador do Instituto de Intercâmbio, Informações, Estudos e Pesquisas (IIEP) e Elaine Noronha Nassif, procuradora do Ministério Público do Trabalho (MPT). E para representar as centrais sindicais, estiveram presentes o presidente da CUT/MG, Jairo Nogueira Filho, e a ativista CSP-Conlutas, Vanessa Portugal.

Iniciando as falas da noite, a professora Maria Rosaria Barbato, presidenta do APUBHUFMG+, saudou as presenças e a realização do evento. Ela ressaltou a necessidade de atuação e articulação entre movimentos, organizações, sindicatos e partidos políticos para enfrentar a atual conjuntura do país, que passa por um momento delicado, após um longo período de perdas de conquistas históricas da classe trabalhadora. “Nós derrotamos o governo Bolsonaro nas urnas, mas não derrotamos o bolsonarismo. O fascismo ainda nos acompanha, e vemos isso em todas as manifestações e atos autoritários que se espalham, aqui, no país”, explicou a sindicalista.

A professora destacou, ainda, as fragilidades do momento para os próprios sindicatos, tão atacados nos últimos anos e que lidam com o desafio de reaproximar as pessoas para compor a luta, após o afastamento físico imposto pela pandemia. Por isso mesmo, ela acredita que a atuação começa pela preservação das próprias entidades sindicais. E para isso, é imprescindível assegurar, em lei, a repressão a condutas voltadas à repressão e desmobilização das atividades sindicais. Nas palavras da presidenta do sindicato: “a classe trabalhadora desse país sofreu muito e continua a sofrer. Por isso, nós precisamos pensar como as nossas entidades podem, cada uma no seu lugar, fortalecer a luta das classes ”.

Prosseguindo com as falas iniciais, o coordenador da COVET/MG, Oraldo Paiva, chamou a atenção para a perseguição que grupos de extrema-direita, com características notadamente fascistas, têm impetrado contra os movimentos sociais e populares. Para lidar com essa situação, ele acredita que é retomar a discussão sobre a Democracia – e, mais do que isso, colocar em evidência qual o modelo de Democracia que a sociedade busca. Nesse sentido, ele ponderou que parte desse processo parte de passar período ditatorial a limpo e superar as marcas do autoritarismo que persistem em nossa sociedade.

Representando o movimento “BH, seu nome é Democracia”, Cléber Maia retomou as a construção de mobilizações em resposta aos atos terroristas contra a Democracia, ocorridos em 8 de janeiro. Ele explicou que esses crimes contra as instituições democráticas escancaram a necessidade de construir condições de mobilização na sociedade para assegurar que a vontade da população, expressa nas ruas, fosse respeitada. Assim, centrais sindicais, movimentos sociais e populares, parlamentares e representantes do governo federal protagonizaram uma manifestação, no dia 31 de março, em repúdio ao golpe que instaurou a ditadura militar no Brasil. De lá para cá, buscou-se realizar continuamente mobilizações para dar forma e fortalecer o movimento em defesa da Democracia.

Assim, o debate “Sindicalismo e liberdades democráticas, promovido na última quinta-feira, integra os esforços para a construção coletiva, popular e democrática dos rumos do país. O APUBHUFMG+ continua atento e atuante nessa luta, ocupando os espaços de debate e articulando com as entidades representativas da classe trabalhadora e movimento políticos que compartilhem de nossas bandeiras.