Confira a oitava entrevista sobre a Lei de Cotas
Da Faculdade de Educação vieram as respostas da série sobre a lei de cotas na qual uma pessoa docente respondeu a perguntas sobre a temática dizendo se e como as cotas mudaram o perfil de pessoas docentes e discentes na UFMG.
“Ampliou-se a entrada de pessoas que antes não estavam presentes na universidade, possibilitando a inserção de novos campos de conhecimento, novas possibilidades de pesquisas, enfim novas pautas tão necessárias numa sociedade extremamente racista e preconceituosa como a nossa. Além da representatividade em diferentes espaços e aspectos, que, embora ainda muito pequeno, passamos a vislumbrar”, respondeu a professora Sirleine Brandão de Souza, quando questionada sobre a importância da lei 12.711/2012 .
Em relação ao impacto da presença de pessoas negras na Universidade, Sirleine diz que percebeu “a diferença em relação ao número de ingressantes negras e negros no espaço universitário de forma geral como altamente importante para o desenvolvimento de outra perspectiva relacionada ao lugar da pessoa negra em nossa sociedade”. Além disso, ela reforçou a resposta anterior dizendo que o impacto é percebido principalmente no que tange à abertura de “novas possibilidades, perspectivas de atuação, lugares ocupados e desconstrução de séculos de preconceitos”.
Á última questão da consulta apresentada aos e as docentes negros e negras da Universidade foi sobre a revisão das leis cotas, obrigatória a cada 10 anos, e a relevância deste procedimento. Sobre isso, a professora Sirleine considerou “importante a avaliação de toda e qualquer política, tendo em vista a análise dos pontos positivos que merecem ser continuados e ampliados e dos pontos negativos tendo em vistas à sua alteração e melhoria, na medida em que se pode abarcar aspectos atuais não considerados no momento de elaboração da respectiva lei”. A docente da FAE também chamou a atenção para a necessidade de ampliação da lei dentro da universidade e ainda a “inserção de uma política que garanta a permanência dessas pessoas na universidade, pois não basta simplesmente se matricular, se esta ação não vier acompanhada de uma política de permanência efetiva para que possam estudar e participar da vida acadêmica com toda a qualidade”.