Quem mandou matar Marielle Franco? Há quatro anos, seguimos sem respostas
Na última segunda-feira (14/03), o brutal assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes completou quatro anos. O dia foi marcado por manifestações, que celebraram o legado de luta da parlamentar e exigiam justiça para o caso.
A investigação tem seguido caminhos conturbados. Os delegados responsáveis pelo caso foram trocados, sucessivamente. Sendo que o atual delegado – o quinto, até o momento – assumiu o caso, apenas, no mês passado. Houve trocas ainda nos promotores que estão à frente do caso, no Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). Atualmente, dois ex-policiais militares foram presos suspeitos do crime. O julgamento dos ex-PMs, no entanto, ainda não foi agendado. O processo judicial, assim, segue inconcluso. E o principal: ainda não foram revelados os mandantes do crime e os seus verdadeiros motivos.
Além disso, há forte interferência política de membros de partidos políticos que se opõem aos ideais da parlamentar. Pode-se observar, por exemplo, as demonstrações de ódio, ofensas e calúnias direcionadas à vereadora, um flagrante desrespeito à sua memória e ao seu legado.
Quatro anos se passaram, e a sociedade brasileira ainda não tem a resposta: quem mandou matar Marielle Franco? Embora ainda o caso não tenha sido, devidamente, elucidado, a história e as evidências que o cercam nos levam a crer que o crime tenha suas raízes no ódio. O ódio que atinge aqueles que defendem os Direitos Humanos, trabalhistas e sociais, o ódio que atinge as mulheres, as populações de baixa renda e periféricas, as negras e os negros e a comunidade LGBTQIA+.
Marielle Franco era mulher, negra, lésbica, nascida e criada em uma favela carioca. Ela se formou como socióloga e, como ativista e vereadora eleita, dedicou-se à luta pelos direitos de parcelas marginalizadas da sociedade brasileira, realidades estas que ela conhecia na própria pele. A vereadora era uma potente defensora dos Direitos Humanos e sociais e crítica à ação violenta da Polícia Militar nas periferias do Rio de Janeiro.
Tentaram usar a força para silenciar a sua voz. Falharam. A luta de Marielle continua presente. Sobretudo neste momento conturbado de nossa história, em que o governo federal é o principal inimigo da Democracia e dos direitos trabalhistas e sociais, conquistados a duras penas em nosso país.
Não podemos permitir que esse crime cruel, que tomou a vida de Marielle e Anderson, siga sem resolução. Os seus motivos devem ser expostos, e os mandantes e executores precisam ser identificados e julgados. A luta, a esperança e a memória de Marielle continuam vivos. Para existir, é preciso resistir. A justiça e a democracia precisam prevalecer!
Marielle Franco, presente! Anderson Gomes, presente!