Assédio na Universidade foi tema de atividade promovida pelo APUBH
“Assédio: violência e a dor” foi o tema da 6ª Roda de Conversa sobre Saúde Mental e Qualidade de Vida, promovida pelo APUBH nesta segunda-feira (25/03), no Salão Nobre da Faculdade de Direito da UFMG. No debate, foram discutidas as formas de assédio e suas consequências em casos ocorridos no âmbito da Universidade, incluindo relatos dos participantes. Foram discutidas ainda formas de conscientização, prevenção e meios intervenção, para coibir a prática.
As assessoras jurídicas do sindicato, Sarah Campos e Flávia Mesquita, apresentaram a normatização em crimes de assédio moral e sexual e expuseram as consequências e meios de proteção ao trabalhador. O tema foi debatido com a presença da vice-diretora da Faculdade de Medicina, profa. Alamanda Kfoury Pereira, e da presidenta do sindicato, profa. Maria Stella Goulart. Estiveram presentes ainda o diretor da Faculdade de Direito da UFMG, professor Hermes Vilchez Guerrero, e o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Correios de Minas Gerias (SINTECT/MG), Robson Gomes Silva.
“O assédio moral, por ser um caso de violência dentro do ambiente de trabalho, pode afetar a todos “, alertou a advogada Sarah Campos. Ela chamou a atenção para a falta de preparação e conhecimento para prevenir e lidar com essa prática. A advogada Flávia Mesquita refletiu sobre a necessidade de quebrar o silêncio sobre o tema, coibir as práticas que buscam denegrir a imagem pessoal e profissional e ampliar os canais de denúncia.
Na Universidade, são registradas ocorrências de casos de assédio moral e sexual nas relações de trabalho e ensino, nos departamentos e salas de aula. Os reflexos de uma cultura machista e misógina foram levantadas entre as dificuldades para se combater o crime. É comum também, como apontado, que vítimas de assédio não denunciem os agressores, por vergonha, falta de informação ou medo de represálias. Há ainda as dificuldades para que sejam comprovados os casos.
Na roda de conversa, foram debatidas ações que vem sendo desenvolvidas na Universidade em relação ao assédio. Os presentes discutiram a necessidade de articulação das ações já implementadas, bem como de ampliação desses esforços. Na UFMG, a Ouvidoria Geral é o setor responsável por receber denúncias. O contato pode ser feito através do telefone (31) 3409-6466, por e-mail ouvidoria@ufmg.br ou pessoalmente, na Biblioteca Central – 3º andar, sala 302.
Assédio é crime. Não se cale
A profa. Alamanda Kfoury Pereira, vice-diretora da Faculdade de Medicina, relatou a iniciativa do Coletivo de Mulheres Alzira Reis, no Campus Saúde/UFMG. O coletivo expôs a gravidade do problema, ao coletar histórias de assédio sexual sofridos por mulheres na Universidade. Foram relatados mais cem casos, envolvendo estudantes, docentes e servidores.
A experiência contribuiu para a implementação de um meio de intervenção nos casos de assédio moral e outras formas de agressão, assim como formas de influir na questão. As informações foram compiladas de forma didática na Cartilha Assédio é crime. Não se cale, disponível no site da Faculdade Medicina. O documento traz informações sobre o assédio, como definições e formas de identificação, além de meios de escuta e denúncia.
