Acontece no APUBH

Democracia e Universidade são temas de Plenária na UFMG

No dia dedicado às Professoras e aos Professores (15/10), a comunidade acadêmica se reuniu, na Praça de Serviços do Campus Pampulha da UFMG, para grande Plenária em defesa da Universidade Pública e Gratuita. A plenária foi promovida em conjunto pela APUBH, pelo Sindifes e pelo DCE-UFMG. O evento abriu as atividades da Quinzena Docente APUBH UFMG+.

A mesa da plenária foi composta pela presidenta da APUBH, professora Stella Goulart,  a técnica-administrativa Cristina del Papa, coordenadora-geral do SINDIFES, pelo estudante Gabriel Lopo, coordenador-geral do DCE-UFMG, pelo professor Marcelo Cattoni, da Faculdade de Direito da UFMG, e pelo ex-reitor da UFMG Tomaz Aroldo.

Após as falas iniciais, houve espaço para intervenções dos presentes e sugestões de ações. Ao final do encontro, os presentes deliberaram pela realização de outraplenária amanhã (17/10), às 11h, na escadaria da Reitoria da UFMG.

“A nossa intenção nessa plenária é circular a palavra e construir conjuntamente”, orientou a professora Stella Goulart, presidenta da APUBH. “Democracia sim! A nossa intenção é construir visibilidade, conquistar aqueles que devem ser conquistados no coração da UFMG, lutar pela dignidade do trabalho dos educadores, dos professores”.

Debate

O debate foi iniciado pelo estudante Gabriel Lopo, coordenador-geral do DCE-UFMG. “Nós vivemos um momento no país muito grave, de graves retrocessos. É muito importante que a gente se una para defender os nossos diretos, para defender aquilo que a gente conquistou e não cair na mão do fascismo”, afirmou.

Prosseguindo a plenária, a técnica-admisnistrativa Cristina del Papa, coordenadora-geral do SINDIFES, chamou a atenção para as agressões que vem sofrendo aqueles que lutam pela democracia e em nome de uma Universidade pública, gratuita e de qualidade. Contudo, de acordo com ela, este não é um motivo para parar, mas para continuar. “Não dá para deixar o nos medo paralisar”, reforçou.

“Sem democracia, não há que se falar em Universidade pública, senão uma Universidade submetida. E é isso o que nós não queremos”, apontou o professor do ICB e ex-reitor da UFMG Tomaz Aroldo. O professor chamou a atenção para o crescimento no país de uma forma de pensar as relações entre as pessoas, que coloca em risco não apenas a Educação, mas as liberdades civis e constitucionais. “A democracia é muito mais que isso: é o reconhecimento da legitimidade de todas as pessoas”, definiu.

O professor Marcelo Cattoni, da Faculdade de Direito da UFMG, prosseguiu a discussão sobre as ameaças que vem sofrendo o meio acadêmico. “Como é que se destrói a Universidade? Pela ausência de financiamento e pelo controle e destruição da liberdade acadêmica e da liberdade de pesquisa, da liberdade de pensamento e da liberdade de expressão”, apontou. “O que está em questão é a nossa forma de viver, é quem nós somos”.

A professora da Faculdade de Medicina Eli Iola Gurgel traçou um panorama sobre a época da Ditadura Militar, para alertar sobre os problemas a que a população está exposta. Segundo ela, as atrocidades pelas quais o país vivia os impelia a fazer algo a respeito. Era preciso lutar contra “a brutalidade da repressão militar, não tinha outra opção”. A professora, que faz parte da Diretoria Setorial de Saúde e Qualidade de Vida da APUBH, conclamou que essa luta deve continuar sempre: “É preciso defender a liberdade de expressão, é preciso defender os Direitos humanos, é preciso lutar contra a desigualdade e a exclusão social”. 

A professora Sandra Goulart Almeida, reitora da UFMG, após a abertura da Semana do Conhecimento, compareceu à plenária. Ela parabenizou as professoras e os professores por seu dia e reafirmou o compromisso em defesa pela universidade pública e gratuita e pela democracia, que a UFMG mantém.

A reitora leu a nota publicada pela Universidade, assinada por ela e pelo vice-reitor Alessandro Moreira, em que afirmam que “neste momento decisivo para o país, a UFMG, instituição de excelência e relevância para a sociedade, que se ergue historicamente sobre os mais nobres pilares republicanos, não pode se furtar de defender a democracia. Em respeito a todos aqueles que nos antecederam, para quem a democracia é fundante, um caro valor e uma conquista rara, não temos o direito de nos abster desse compromisso ético”.