Dia do Basta mobiliza comunidade universitária na luta contra os cortes na Educação
Uma passeata pela principal Avenida do Campus Pampulha da UFMG marcou a primeira etapa da mobilização e protesto de professores, servidores técnico-adminstrativos e estudantes, nesta sexta-feira, 10 de agosto. A data foi escolhida pelas principais centrais sindicais do país como o dia Nacional do Basta. Na UFMG, a concentração começou às 09h com uma oficina de produção de cartazes e faixas para o ato. Após a caminhada, os participantes foram para a Praça Afonso Arinos para um grande ato junto a outros sindicatos e associações de servidores públicos federais, estaduais e municipais.
“Fazer educação também é fazer política e é entrar com muita convicção na luta pela ciência, na luta pelo conhecimento, na luta contra esse governo que está nos roubando o Futuro.” Essas palavras da presidenta da APUBH, professora Maria Stella Goulart, traduzem o espírito dos professores presentes ao ato e que manifestaram a sua preocupação com a política de desvalorização crescente da educação, da pesquisa, da ciência e da tecnologia do país.
As recentes denúncias da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq para o risco de redução orçamentária em 2019 com reflexo direto na concessão e manutenção de bolsas de pesquisa e a conseqüente interrupção na produção científica do país, reforçou a necessidade da luta em defesa da ciência. “Esse é o momento da gente realmente vir manifestar e tentar salvar o que a gente tem em termos de ciência e educação”, ressaltou a professora do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG, Fabíola Ribeiro.
No ato, os professores tentaram chamar a atenção da sociedade para a importância da manutenção dos investimentos em educação. “A gente tem que ter aumento de investimento em educação, ciência, tecnologia, saúde. Isso realmente não é gasto. Isso é uma economia para o futuro. Só assim a gente vai aumentar a qualidade de vida das pessoas e vai conseguir sair da situação de um país que não produz nada. Nós temos pessoas altamente capacitadas e esses investimentos do governo é que vão fazer a diferença”, falou a professora Luciene Vieira, do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG.
O professor do Colégio Técnico da UFMG, Alex Fabiani destacou a importância da união da comunidade universitária na luta em defesa da educação. “É uma forma de darmos um basta a esse governo que tem privatizado a universidade, que tem cada vez mais sucateado essa instituição. E é uma forma de mostrarmos que a luta democrática é ainda importante para resolvermos o problema do nosso país”, disse.
“A aula hoje é na rua. Nós estamos aqui, muitos colegas, muitos professores guerreiros, defensores e defensoras da universidade brasileira, da UFMG, de todas as universidades que a gente construiu ao longo de tantas décadas. Estamos aqui resistindo e é só o início”, frisou a presidenta da APUBH, professora Maria Stella Goulart. E completou dizendo, “A gente sabe bem como resistir aos golpes porque a gente abraça a história, abraça a consciência da nossa presença nesse espaço institucional de construção de conhecimento, de construção de ciência, de educação, de ensino e da conexão com a sociedade”.
Após a concentração com discursos na Praça Arinos, os trabalhadores caminharam em direção à Praça Sete, aonde a manifestação foi encerrada. O Dia Nacional do Basta foi marcado por manifestações em todas as capitais brasileiras.