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Teses escritas e orientadas por mulheres na UFMG vencem Prêmio Capes

Fonte: UFMG

Trabalhos se destacaram nas áreas de Ciências Biológicas e Farmácia; outros nove, de áreas diversas, receberam menção honrosa

Cecília: respostas imunes afetam regulação do intestino | Foto: Arquivo pessoal

Duas teses defendidas na UFMG estão entre as vencedoras do Prêmio Capes de Tese 2019. Maria Cecília Canesso venceu na área Ciências Biológicas 2, e Michelle Sugimoto, na área de Farmácia. Ambos os trabalhos dizem respeito, sob diferentes perspectivas, ao processo inflamatório humano. Outras nove teses da Universidade receberam menções honrosas.

Cecília Canesso foi premiada pela tese Microambientes e sensores imunológicos no intestino: homeostase e inflamação, que foi orientada por Ana Caetano de Faria e defendida no Programa de Pós-graduação em Bioquímica e Imunologia.

No trabalho, a pesquisadora aborda a interferência das respostas imunes nos diferentes microambientes do intestino, bem como os seus sensores, na homeostase intestinal [processo de regulação pelo qual um organismo consegue a constância do equilíbrio do intestino]. Também investiga os fatores que influenciam essas respostas imunes no órgão e podem levar a condições inflamatórias e à susceptibilidade a doenças.

Michelle Sugimoto, por sua vez, venceu o Prêmio Capes com a tese Estudo do sistema plasminogênio/plasmina na resolução da inflamação: efeitos nas funções de macrófagos e neutrófilos, que foi orientada por Lirlândia Pires de Sousa e defendida no Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas.

Michelle detectou que “o sistema Plg/Pla regula vários eventos-chave na resolução da inflamação”, eventos que têm, por sua vez, “grande impacto sobre o estabelecimento de um processo de resolução [da inflamação] eficiente”. A plasmina é uma substância produzida pelo fígado; plasminogênio é o nome dado à sua forma inativa, na qual ela é produzida.

Excelência abrangente
Para Sílvia Alencar, pró-reitora adjunta de Pesquisa, o resultado alcançado pela UFMG no Prêmio Capes de Teses ressalta a importância da mulher na produção de ciência na Universidade. “O fato de as duas teses premiadas terem sido produzidas e orientadas por mulheres mostra não apenas que há uma presença feminina importante na produção de ciência na UFMG, como também que essa participação é de grande qualidade, seja do ponto de vista da orientação, seja do ponto de vista discente”, afirma.

Além das teses vencedoras, nove outros trabalhos, de nove áreas diferentes, foram contemplados com menção honrosa. Na grande área de Ciências Humanas, Sociais Aplicadas, Letras e Artes, receberam menções honrosas Rachel Barreto, com a tese Tribuna ao vivo: discussão, representação e os avessos suscitados pela midiatização do parlamento, defendida na área de Ciência Política e Relações Internacionais, e Tarcísio Magalhães, com a tese Teoria crítica do Direito Tributário Internacional, defendida na área de Direito.

No campo das Ciências Exatas e da Terra e Engenharias, foram reconhecidas quatro teses. Na área de Ciência da Computação, recebeu menção honrosa a tese Relevance, novelty, diversity and personalization in tag recommendation, de Fabiano Belém; em Matemática/Probabilidade e Estatística, a menção foi para o trabalho Contemporary topics in Finite Fields: Existence, characterization, construction, and enumeration problems, de Lucas Reis; na área de Engenharias I, foi contemplada a tese Failure analysis of quasi-brittle media using the micropolar continuum theory, elastic-degrading constitutive models, and smoothed point interpolation methods, defendida por Lapo Gori; em Geociências, o Prêmio Capes reconheceu a tese Geodynamic evolution of the Southern Brasília orogen (SE Brazil): new petrochronological insights from UHT and HP metamorphic rocks, defendida por Mahyra Tedeschi.

Em Ciências Agrárias, Biológicas e da Saúde, por fim, três pesquisadores receberam menção honrosa: Luis Fernando Furtado, com a tese Polimorfismos envolvidos no processo de resistência aos benzimidazóis em ancilostomídeos, defendida na área de Ciências Biológicas III; Guilherme Tavares, com a tese Insights into the diversity, adaptation and virulence of fish-pathogenic Streptococcus agalactiae strains through transcriptomic and proteomic analysis, defendida na área de Medicina Veterinária; Carolina Miaw, com o trabalho Detecção de fraudes em néctares de frutas: análises espectroscópicas aliadas a métodos de calibração e classificação multivariada, apresentada na área de Ciências de Alimentos.

Segundo Sílvia Alencar, o fato de trabalhos de todas as três grandes áreas do conhecimento terem recebido menções honrosas no prêmio reflete o equilíbrio qualitativo da produção científica da Universidade. “Esse resultado é o reconhecimento de que na UFMG não há áreas muito mais avançadas que outras. Atuamos com qualidade em todas as grandes áreas do conhecimento”, enfatiza.

A pró-reitora adjunta ressalta que os programas de pós-graduação da UFMG considerados de excelência pela Capes (66% do total) estão distribuídos pelas três grandes áreas do conhecimento. “A distribuição das menções honrosas neste ano reflete a abrangência de nossa qualidade.”

(Ewerton Martins Ribeiro / Com informações da Assessoria de Comunicação da Capes)