SpiN-Tec: imunizante para a Covid-19 desenvolvido no CT Vacinas da UFMG segue para testes clínicos
Continua o trabalho de cientistas da UFMG para desenvolver uma vacina contra a Covid-19. No estágio atual, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) autorizou que o imunizante SpiN-Tec, em desenvolvimento no Centro de Tecnologia de Vacinas (CT Vacinas) da universidade, passe por testes clínicos de fase 1 e 2. Ou seja, o imunizante começará a ser testado em pessoas, por meio de aplicação em voluntários. Através destes exames em laboratório, serão avaliadas e comprovadas a eficácia e a segurança do medicamento. Em tempos de negacionismo científico, divulgar informações qualificadas sobre o processo de desenvolvimento da vacina, bem como sobre a sua testagem, é de suma necessidade.
Em entrevista para o portal da UFMG, o professor Ricardo Gazzinelli, do Departamento de Bioquímica e Imunologia do ICB, explicou as fases que compõem os testes da vacina. O docente, integrante da equipe de pesquisa do CTVacinas e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), elucidou que, na primeira fase, o imunizante passará por um ensaio clínico, com testes de segurança sanitária. A etapa é dedicada ao escalonamento da dose, quando se define a dosagem ideal a ser aplicada da substância. Para isso, a vacina será aplicada em 80 voluntários. Estes serão divididos em dois grupos, um com pessoas de 55 anos de idade e o outro com pessoas de 16 a 80 anos. A partir daí, na fase 2, será testada a resposta imunológica à vacina. Esta etapa conta com mais de 400 voluntários para um teste de segurança expandido.
De acordo com o docente do ICB: “a estimativa é que a fase 1 comece no mês que vem e a 2, em fevereiro de 2023, estendendo-se até o fim do primeiro semestre. Concluídas as duas fases, obtém-se a autorização para a fase 3, na qual milhares de voluntários serão testados. Só depois a vacina é registrada e pode ser produzida”. A previsão é que os testes tenham início no mês que vem, no Hospital das Clínicas (HC/UFMG) e no Hospital Felício Rocho.
Além do professor Gazzinelli, o desenvolvimento da vacina conta, ainda, com os seguintes docentes: Santuza Teixeira, Flávio da Fonseca e Helton Santiago, e os pesquisadores Graziella Rivelli, Ana Paula Fernandes, Natalia Salazar, Flávia Bagno, Natalia Homo-Souza e Júlia Castro. Ao todo, a equipe do CTVacinas da UFMG conta com mais de vinte pesquisadores trabalhando nesse projeto. Para custear os ensaios clínicos, o Centro receberá verbas públicas vinda das esferas municipal, estadual e federal.
Os pesquisadores continuam desempenhando um papel fundamental para a população, apesar da política de Estado de subfinanciamento da área de CT&I no Brasil, implementada pelo governo Bolsonaro. Agora, imaginem o nível de avanço científico, se fosse destinado o orçamento devido para o setor – principalmente, para a Universidade Pública, a principal produtora de Ciência no Brasil. A nossa “balbúrdia” salva vidas! Ele não!
Com informações da UFMG.