Proplan estruturou campanha de doações para os hospitais
Fonte: UFMG.
Distanciamento físico impôs uma lógica transversal ao trabalho da Pró-reitoria de Planejamento; a ALMG e o APUBH UFMG+ fizeram aportes expressivos.
Kátia curou-se de um câncer de mama depois de um tratamento no Hospital das Clínicas e percebeu que era hora de retribuir. Ricardo, pai de uma estudante de medicina na UFMG, tem ciência do trabalho sério desenvolvido pela área de saúde da Universidade e também contribuiu. Uma turma de 150 médicos graduados no início do ano passado decidiu destinar o excedente arrecadado pela comissão de formatura para a campanha de financiamento coletivo Colabore Hospitais UFMG.
Sem a solidariedade de pessoas como Kátia Schulthais, Ricardo José Ramos e os jovens médicos da UFMG, a iniciativa criada para apoiar o Hospital das Clínicas (HC), o Hospital Risoleta Neves (HRTN) e a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Centro-sul a se instrumentalizarem para enfrentar a pandemia de Covid-19 não teria ido adiante. No entanto, o sucesso de uma campanha desse porte também depende de um trabalho, por vezes discreto e silencioso, no campo da gestão, atribuição que coube a uma equipe coordenada pela Pró-reitoria de Planejamento (Proplan), com suporte da Diretoria de Cooperação Institucional (Copi).
“Foi um trabalho que nos mobilizou muito. Concebemos o projeto da campanha, recebemos as doações, acompanhamos a gestão dos recursos na Fundep, organizamos as compras com base nas listas enviadas pelos hospitais, enfim, montamos uma estrutura para fazer toda essa gestão”, resume o professor Maurício Freire, pró-reitor de Planejamento.
A campanha, lançada no dia 24 de março, em parceria com o Instituto dos Advogados de Minas Gerais (IAMG) e com a Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep), havia arrecadado, até 14 de maio, quase R$ 600 mil de pessoas físicas e instituições. Além disso, recebeu mais R$ 4 milhões resultantes de ação judicial movida contra a Vale relacionada às consequências do rompimento da barragem de Córrego do Feijão, em Brumadinho. A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e o Sindicato dos Professores de Universidades Federais de Belo Horizonte, Montes Claros e Ouro Branco (Apubh) foram outras instituições que fizeram aportes expressivos.
Os recursos estão sendo usados na compra de aparelhos de raios-x, ventiladores pulmonares e peças de reposição, computadores, produtos de limpeza e desinfecção, equipamentos de proteção individual, como máscaras, luvas e aventais. Uma das aquisições viabilizadas com recursos liberados pela Justiça foi um raio-x móvel digital para o HC, equipamento que possibilita a geração de imagens digitais instantâneas, beneficiando pacientes que não podem se locomover até a unidade de diagnóstico por imagem.
Em sintonia
A Proplan trabalhou articulada com outras pró-reitorias durante a crise do coronavírus. Com a Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (Prae), o foco foi a liberação das três parcelas do auxílio complementar para estudantes assistidos. Com a Pró-reitoria de Pesquisa (PRPq), formatou-se uma proposta que resultou na liberação de R$ 21,5 milhões pela Secretaria de Ensino Superior (Sesu) do Ministério da Educação para financiar projetos de enfrentamento à Covid-19.
“Recebemos da Sesu um comunicado na noite do dia 18 de março informando sobre a disponibilidade dos recursos, mas teríamos que apresentar a proposta no início da tarde do dia seguinte”, recorda-se Maurício Freire. Foi montada, então, uma operação para garantir que a proposta da UFMG chegasse à Sesu em tempo hábil. Foi tudo muito rápido, mas não houve improviso. “Isso só foi possível graças à competência dos pesquisadores da UFMG e ao fato de a equipe da PRPq já reunir um conjunto de projetos previamente mapeados”, explica o pró-reitor.
Ainda no início da crise do coronavírus, a equipe da Proplan também trabalhou – em articulação com a Copi e com as unidades acadêmicas – na alocação dos R$ 4,36 milhões provenientes de emendas parlamentares. Segundo Maurício Freire, esse dinheiro é direcionado a projetos escolhidos por parlamentares da bancada mineira no Congresso Nacional. “Há, por exemplo, projetos de apicultura na Escola de Veterinária e de uma subestação de energia para o campus Montes Claros”, afirma o pró-reitor.
Na última semana de abril, a Proplan encaminhou cinco projetos referentes a outro edital aberto pela Sesu. Dois deles são prioritários: melhoria da infraestrutura de educação a distância e o Oasis, que busca a eficiência energética, elaborado pela Pró-reitoria de Administração.
Transição sem atropelo
A passagem do trabalho presencial para o remoto consumiu três semanas de preparação, relata o pró-reitor Maurício Freire. Um exemplo de transição coordenada foi o processamento da folha de pagamento. “Fomos migrando aos poucos, até termos certeza de que o processo estava operante e seguro”, afirma ele, acrescentando que certas operações – como as de orçamento, convênios e prestação de contas – são executadas em regime semipresencial.
Uma das primeiras providências tomadas pela Proplan logo após a UFMG adotar o trabalho remoto foi afastar imediatamente do trabalho presencial os servidores do grupo de risco (pessoas com mais de 60 anos e/ou com doenças preexistentes) e aquelas com filhos em idade escolar, o que representa, nos cálculos de Freire, cerca de 20% do quadro de pessoal da Pró-reitoria.